Uso uma máscara pra esconder não só a dor mas a maldade que existe em mim
Sinto uma saudade de um lugar
que nunca conheci,
um lar que nunca tive.Ando pelas ruas,
cada passo ecoa,
uma marcha solitária.
As luzes da cidade
não me confortam,
apenas iluminam
a extensão da minha solidão.Os olhares me atravessam,
ninguém realmente me vê,
uma figura passageira,
uma estranha em um mundo
que nunca me abraça.
Sinto a diferença em cada interação,
um descompasso,
uma dissonância.Há dias em que o peso
é insuportável,
quando a sensação de não pertencer
me sufoca.
Tento gritar,
mas a voz falha,
afogada em lágrimas silenciosas.Procuro um lugar,
qualquer lugar,
onde eu possa ser eu mesma,
onde a estranheza seja aceita,
onde a diferença não seja um fardo.
Mas esse lugar parece um sonho,
uma miragem distante.A natureza me chama,
um refúgio temporário,
entre árvores e rios,
encontro um eco de paz.
Mas mesmo ali,
a inquietude persiste,
uma sensação de deslocamento.As folhas sussurram segredos,
mas não para mim,
os pássaros cantam,
mas suas músicas são estranhas.
Caminho entre sombras,
procurando respostas
que nunca vêm.O mar me atrai,
seu vasto infinito,
um reflexo do meu próprio vazio.
Olho para o horizonte,
onde o céu encontra a água,
e me pergunto se há um lugar
além deste mundo,
onde eu possa finalmente
encontrar paz.Minhas mãos tremem,
não de medo,
mas de exaustão,
cansada de tentar,
cansada de lutar
contra a maré incessante
da não-pertinência.As noites são longas,
silenciosas e solitárias,
meus pensamentos são meus únicos companheiros,
sempre a girar,
sempre a questionar.
Por que sou diferente?
Por que não posso simplesmente
encaixar?Sonho com mundos alternativos,
realidades onde sou parte do todo,
onde minha presença
não é um enigma,
mas uma peça do quebra-cabeça.
Mas esses sonhos são efêmeros,
evaporando com o amanhecer,
deixando apenas a fria luz do dia.