Há algo na escuridão que me chama,
Um sussurro suave, quase um segredo,
Talvez não apenas por eu ser uma sombra vazia,
Mas porque o sombrio me atrai, me prende, me consome.A luz?
Um mero reflexo, uma distração fugaz,
O verdadeiro encanto está nas trevas,
Naquilo que não se vê, mas que se sente.Será que sou feita de sombras?
Talvez a escuridão seja meu espelho,
O sombrio e o sinistro dançam ao meu redor,
E eu danço com eles, seduzida pelo mistério.O desconhecido, o temido, o oculto,
Tudo isso me atrai com força irresistível,
É mais do que uma simples curiosidade,
É um desejo, uma necessidade de me perder.Por que sinto essa atração?
Não sei, talvez porque eu mesma seja obscura,
Uma parte do abismo que me chama,
E nele, eu encontro um estranho consolo.As sombras não me assustam,
Elas são minhas companheiras,
No sombrio, encontro uma verdade,
Que a luz nunca poderia me oferecer.