Lutei com todas as forças, braços erguidos,
Contra as marés escuras que a vida lança,
Cada dia, um novo fardo nos sentidos,
Mas a esperança se perde na dança.O suor que umedece minha fronte marcada,
Testemunha de batalhas que não se ganham,
Cada lágrima, uma promessa quebrada,
E os sonhos, como cinzas, se desmancham.Caminhei por estradas de espinhos afiados,
Com a coragem de quem não tem escolha,
Mas os frutos dos esforços, nunca colhidos,
E a alma, de vazio, se recolha.No fundo dos olhos, a chama se apaga,
Resta apenas a sombra do que fui,
Todo esforço, uma lembrança amarga,
Num mundo onde a dor sempre flui.Não importa o quanto lutei, nada mais vale,
Os ecos dos gritos, em vão, se perdem,
Pois na arena da vida, sou o detalhe,
Que a história cruel esquece e cede.As cicatrizes são provas do que tentei,
Mas o mundo gira sem consideração,
E no silêncio sombrio em que me deitei,
Aceito a derrota, sem redenção.