- Eu tenho mesmo que ver a sua bunda em todos esses telões?! Cara, vocês dois não tem limite algum! – Bert gritou, apontando para o enorme telão diante do prédio da gravadora, de onde recém havíamos saído. Evitei olhar, já que eu sabia exatamente do que se tratavam as imagens bem exibidas no telão, já que aquilo era o assunto da semana. E eu não sabia ainda como me sentir a respeito daquilo, em fazer parte da maioria dos noticiários do país. – Pior é ter que entrar no seu twitter e ver aquele pau enorme toda hora. Teria até inveja, mas anacondas não fazem o meu tipo.
- Ninguém manda você entrar no meu twitter todo dia pra fofocar a minha vida. Se você não tivesse o Quinn e fosse completamente obcecado por ele, eu ia achar que você tem uma paixão platônica por mim. – Resmunguei, buscando o cigarro no bolso frontal de minha calça, arrancando um dos tubinhos brancos de dentro do maço, para levá-lo entre os lábios, naquele gesto monótono. Bert ainda deveria fitar os telões ao nosso redor, já que seu silêncio claramente não era algo normal.
Certo. Quanto as fotos: eu sabia muito bem que não poderia dar o chilique que queria, que não iria bancar o coitado indefeso. A culpa foi minha, eu me meti a ser cruel e idiota, revelando aquela foto de Gerard, com a ideia inocente de irritá-lo. Mal sabia eu que aquilo seria o estopim para que eu entrasse na briga. Sem mais drama, sem mais reprimir e só assistir Gerard atacar.
Desde que eu havia lhe quebrado o carro com a guitarra, eu não havia tentado mais nada e agora seria diferente. Eu tinha plena consciência de que era necessário lutar, ao mesmo tempo em que as coisas poderiam também se resolverem. Eu estava assistindo Gerard enfrentar tudo, chamar atenção para o que ele queria, enquanto o repudiava e o repelia. E, a cada vez que eu o fizesse, aquele garoto sem graça estaria lá para ele.
E, acredite, saber disso, naquela cafeteria de hospital, tendo recém chegado para ajudar Mikey com tudo, foi o fim para mim. Eu vi que era capaz de suportar tudo, as brincadeiras de Gerard, vê-lo na TV fingindo amar aquele cara, mas ter a certeza de que Justin e seu sorriso falso poderiam acalmá-lo, havia sido o boom em minha vida. A ficha caiu, eu chorei, fiquei aos prantos, não conseguia me acalmar (nem mesmo olhando para a linda Daisy) e me dei conta de que era aquilo: ou eu agia, ou eu abria mão de Gerard de uma só vez, sem nem olhar para trás.
Quanto a minha escolha... Bom, era bastante óbvia. Havia a dor, havia a angústia, a mágoa, tudo aquilo que eu já estava cansado de me martirizar a respeito, mas também havia a saudade, o desejo... Porra, havia tudo aquilo que ele havia falado comigo! Uma família! Gerard queria uma família, queria que eu voltasse para sua vida e o ajudasse com aquilo. Como... Como eu seria capaz de lhe dar as costas?!
Ao mesmo tempo, não seria fácil. Repito: éramos dois teimosos, não iríamos dar o braço a torcer e aquele joguinho era um tanto quanto divertido. Doía, era cruel, mas eu não sei... Talvez fosse uma boa tentativa para tentar acertar as coisas. Colocar os pingos nos "is" e voltar a ser feliz. Porque... Ah, merda, desde a primeira vez que eu o vi, que ele voltou para a minha vida, sem avisar, dizendo claramente "Hey, Frankie, você não vai se ver livre de mim tão fácil", eu não conseguia ser mais aquele Frank amargurado. Óbvio que eu sofria ao vê-lo com outro, óbvio que eu vivia um dilema horroroso sobre jogar tudo para o alto e perdoá-lo, mas eu estava melhor. Eu estava em paz.
E quanto as drogas... Vícios não são fáceis de largar e esse era um dos motivos pelo qual Bert estava comigo naquela tarde. Além de nós dois precisarmos ajeitar algumas coisas com Zacky a respeito de nossas respectivas bandas, alguns photoshoots que iríamos fazer e coisas assim. Bert era uma espécie de babá, enquanto Mikey e Alicia estavam ocupados demais com sua filhinha. Sam não podia ficar sozinha comigo, a mãe não confiava totalmente no vocalista perturbado da banda do cunhado, então eu estava sozinho. E, como Mikey e Bert pareceram unir forças, eu era obrigado a fazer praticamente todos os meus programas com Bert, até mesmo Quinn, ao meu lado.
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Surrender The Night || Frerard version
Fanfiction[Continuação de Burn Bright] " O amor nunca acaba. Não quando é real e nós dois sabemos o quanto foi. Nós vivemos, nós crescemos, nós morremos e ele continua ali, firme e forte. Vivo, incandescente e vibrando, mandando aquele incessante "É ele, é e...