28 - Frank e Gerard

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GENTE, SOCORRO. Uma amiga apontou que faltava um capítulo aqui e eu não sei se o wattpad o retirou ou eu o pulei, mas, desde já, peço mil perdões. A PARTE ERA IMPORTANTÍSSIMA, TÔ AQUI INDIGNADA E, POR ISSO, VOU JUNTÁ-LO AO CAPÍTULO DO GERARD. DESDE JÁ, GRATA E ESPERO QUE GOSTEM.

Frank


Talvez eu já estivesse em dias melhores, mas não havia muito o que se fazer a respeito da minha expressão cansada e a minha magreza quase evidente demais.

A roupa era simples e não me atentei a usar nada muito escandaloso ou revoltado demais por estarmos em família e por minhas intenções serem outras. Eu não queria deixar Gerard sexualmente perturbado, eu queria acalmá-lo e talvez mostrar que eu estava lhe dando uma chance para me explicar tudo. Foi por isso que vesti aquela camisa rosa, a mais significante possível e que havia estampada nela o apelido que tanto gostava. Aquela camisa significava que parte de mim não iria cheia de tanto remorso assim.

Princess.

Eu encarei a palavra, deixando-a contrastar com toda a contrariedade que eu era com aquela jeans larga em meu corpo, apenas sustentada pelo cinto igual igualmente rosa, e o casaco preto simples de capuz, também um tanto quanto grande em mim. Os piercings... O cabelo metade preto e metade vermelho, pintado recentemente em um ato de minha conhecida impulsividade... As tatuagens... Aquilo tudo me completava, mas, ao mesmo tempo, aquelas características mais evidentes em mim não camuflavam meu aspecto nada saudável.

Irritado com aquilo, eu não me prendi muito ao meu reflexo no espelho em uma das portas de meu armário. Se eu ficasse me lamentando, nunca chegaria na festa de Mikey de uma vez e seria deplorável aparecer atrasado ou derrotado demais por ficar me martirizando pelo meu estado físico. Já havia tomado... Ou melhor... Cheirado uma boa dose da droga que me sustentava em momentos como aquele e os efeitos já estava me arrebatando, ao que me senti tonto ao buscar minha carteira, as chaves, a câmera fotográfica (a coloquei rapidamente em meu pescoço através da correia e sabia que esta me seria útil ao longo da noite) e o celular para descer as escadas e seguir meu rumo. Algo em mim ainda me mantinha alerta e, assim, parti atrás de Sparkie, para verificar se a pequena estava bem antes de sair.

A encontrei parada, diante da porta, como se esperasse por alguém em específico, ao que lhe colocava mais comida e água, próximo a entrada da cozinha, e forrava o chão do corredor, já que Sparkie tinha aquela péssima mania de usar o local de passagem como banheiro durante a noite. Assim, chequei toda a bagunça que havia na sala, ainda decorrente do meu drama de alguns dias atrás, para me direcionar até a porta. E eu deveria desconfiar, quando resolvi sair do loft e a cachorrinha quase fugiu, me fazendo gritar com ela em uma bronca mais exagerada, ao que fechava a porta e escutava seus ruídos mais manhosos não direcionados a mim, mas sim a outra pessoa.

Ela realmente estava alguém. E esse alguém era Gerard Way.

E ele estava parado, bem diante da minha porta, como se estivesse ali há um bom tempo e aquele encontro tivesse sido combinado. Eu até reclamaria daquilo, só para apimentar as coisas, se não fosse por outra coisa. Algo muito pior do que Gerard me cercando para sairmos juntos do prédio.

Vermelho.

Era a única cor que eu conseguiria ver.

Eu não sei ao certo como ocorreu ou o que exatamente fez com que sentisse aquele aroma forte, algo como tabaco e dias chuvosos... Dias com ele, não sozinho e de forma melancólica. Eu podia ver aqueles fios avermelhados sobre o meu peito, tão ofegante quanto eu, imerso em um sorriso perdido e satisfeito... A pele clara exalando suor, mas tão úmida quanto as gotas de chuva que recaíam do lado de fora de onde quer que estivéssemos. E o silêncio era apenas quebrado por aquele breve tilintar da água rebatendo contra a janela, contra o carro dele... Era como um dejá-vu, mas também era como um sonho que parecia nunca se tornar realidade.

Surrender The Night || Frerard versionOnde histórias criam vida. Descubra agora