- O que diabos você está fazendo aqui, seu nanico psicopata? – Precisei gritar, claro que precisei. A vida é feita de gritos desde que nós nascemos e saímos da pepeca da nossa mamãe e fazemos aquele escândalo (okay, nem todo mundo é um bebê escandaloso, mas vocês entenderam), e não era diferente naquele momento. Justamente quando eu vi Frank, de moletom cinza, calça cinza, todo acinzentado e parecendo uns dois anos mais velho, passando pela porta automática daquele andar chique do hospital, acompanhado de seu pai, ambos andando semelhantemente esquisitos. – Quer fazer o favor de me responder?!
- O que você acha que eu estou fazendo aqui? Justamente no hospital em que meu namorado está internado?! – Frank me recebeu no mesmo tom, sendo meu amigo fiel de escândalos, fazendo com que o pai lhe chamasse atenção e ele precisasse se aproximar de onde eu estava sentado. Me levantei de um daqueles bancos prateados que eram postos em fileiras naquela sala deserta, na pequena recepção referente aos quartos "de gente rica" daquele lugar, onde o dinheiro de Gerard o havia levado. – Você sabe que eu não ia deixar de vir, Bert... Meu pai me ajudou, só posso ficar aqui de hoje pra amanhã, depois eu vou voltar pra clínica. Não precisa me dar sermão.
- Mas como vocês conseguiram isso? Falem a verdade! Não quero o FBI entrando por aquela porta, pode ser que eu tenha coisas ilícitas comigo. – Fiz aquele brincadeira típica minha, recebendo o olhar crítico de Sr. Iero, enquanto abraçava Frank de forma esmagadora, precisando pedir desculpas em seguida, antes que ficasse ainda mais feio para o meu lado. – Perdão, péssima piadinha, eu sei. Mas, sério... O que fizeram? Eles não tem regras rígidas e tudo mais?
- Sim, conversamos com a diretora da instituição. Frank precisou assinar alguns papéis, mas basicamente está tudo certo... Ele só precisa ficar próximo de mim e não me fazer perde-lo de vista. – Sr. Iero sentou-se na cadeira onde eu antes estava e eu quis emendar que duvidava que Frank fosse ficar quieto, quando me amigo me segurou pelos ombros, virando-me em sua direção, para que tivéssemos uma conversa mais íntima, ao que o pai parecia sacar o celular do bolso da calça para falar com sua mãe ou algo assim.
- Como ele está? Você está com ele aqui hoje, certo? – Perguntou, me fazendo fitar seus olhos sob olheiras escuras, assim como aquele cansaço e abater que nem os calmantes que ele deveria tomar lá naquele inferno de isolação, poderiam cuidar. Frank estava com seus cabelos mais compridos, quase chegando ao maxilar, e vê-lo sem os piercings, a maquiagem estranha e emo-gótica, me fez sentir um frio na barriga nada comum. E não era fome, por ter comido só uma gelatina oferecida por Gerard, em seu horário de almoço... Era por ver que Frank de fato estava mudando, tanto por fora, quanto por dentro. – Não quero mais enrolação alguma, trate de me contar o que aconteceu durante esse mês, antes que eu invada aquele quarto.
- Antes de mais nada, você não vai invadir o quarto, ele foi fazer um daqueles exames complicados e eu estou esperando aqui, pacientemente. E, acho que é uma boa ideia pegarmos algo pra eu comer, pois estou faminto. Sr. Iero... – Fiz sinal para o pai de Frank, acenando, enquanto ele sussurrava com o telefone e fiz o anúncio, sabendo que provavelmente ele iria conosco. – Nós vamos pegar algo pra comer, acho que Frank precisa ser seguido. – O homem assentiu com a cabeça e eu achei necessário que eu e Frank seguíssemos caminho mais à frente, para que tivéssemos aquele tipo de intimidade de melhor amigos gays e saltitantes longe do pai dele.
Frank adoravelmente segurou meu braço com ambas as mãos, sobre o casaco azulado que eu usava há uns bons dois dias, provavelmente sem se preocupar com o cheiro estranho que eu exalava. Não de sujeira, claro, mas eu era cigarro puro e cafeína, em decorrência daqueles dias ali trancado em um hospital, tomando banho com doentes e enfermeiros nada apetitosos. E não estou brincando... Ou talvez esteja, apenas para que Quinn, ao ler isso, não bata em mim depois.
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Surrender The Night || Frerard version
Fanfiction[Continuação de Burn Bright] " O amor nunca acaba. Não quando é real e nós dois sabemos o quanto foi. Nós vivemos, nós crescemos, nós morremos e ele continua ali, firme e forte. Vivo, incandescente e vibrando, mandando aquele incessante "É ele, é e...