21 - Bert

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Era uma vez, um belo dia no belíssimo loft de Frank Iero.

Okay, não tão belo assim.

- E... E como foi a festa ontem? Digo... Depois que eu fui embora? – A voz de Frank me fez arquear ambas as sobrancelhas, intrigado e alarmado, enquanto tentava fingir um pouco de casualidade, tomando meu milkshake de chocolate, especialmente preparado pelo meu amigo baixinho mais talentoso do que o Jayme Oliver. Sem exageros. – Não precisa responder... Eu não sei por que eu perguntei essa merda. Esquece, apaga, deleta, finge que eu não falei absolutamente porra alguma sobre esse assunto. – Frank tagarelou um tanto, me arrancando uma risada baixa e abafada pelo canudinho, ao que eu sorvia um tanto do líquido doce. Ri um pouco mais, por saber que meu melhor amigo era uma negação ao tentar me enganar. Ele não só queria saber, como estava se remoendo durante aqueles dois longos dias seguintes a festa, louco e tentando não parecer a bichinha desesperada que era de verdade.

Frank havia me ligado, naquela manhã de sexta, sendo um amigo extremamente gentil e me convidando para uma after party em seu apartamento, assim que o show da LM acabasse. Se não fosse por Frank e toda a sua doçura habitual, eu acreditaria que estava sendo chamado para uma noite tórrida de sexo casual ou uma orgia inesquecível, ao invés daquela festa do pijama entre dois viadinhos sentimentais e bizarros demais para serem facilmente aceitos pela sociedade. Não neguei o convite, mas as situações que se seguiram foram ainda mais bizarras do que nós dois juntos.

E põe bizarra nisso.

Gerard e eu, só para começar, fomos juntos para mais aquele show da banda e eu tive que prender umas boas risadas, caso aquela bola mortal não quisesse fazer jus ao apelido e me matar de verdade, ao que algumas fãs de Frank o xingaram ao chegar, o xingaram durante quase todo o show, o xingaram principalmente em Burn Bright, o xingaram também depois da apresentação e, provavelmente, o xingaram até o fim de suas lamentáveis vidas em suas redes sociais.

É, Way não era lá muito popular entre as fãs loucas da Leathermouth e isso soaria até divertido, se não fosse por eu estar ao seu lado quase sempre, ser alvo das mesmas ameaças bizarras e ter que ouvido tudo aquilo. E, confessando, do fundo do meu coração homossexual, eu me sentia tão mal quanto ele provavelmente se sentia. Ainda mais quando Frank só resmungou um bando de "Foda-se, foda-se, foda-se", antes de começar a tocar Burn Bright cheio de uma raiva fora do comum, provavelmente movido por aquela merda que ele usava. O que aconteceu durante quase todo o show, já que meu amigo gordo foi infalível em ser facilmente encontrado por Frank logo na primeira música, criando todo aquele clima tenso de sempre.

Achei que a guitarra iria voar nele umas boas vezes, o que seria uma cena interessante, mas tudo o que Frank fez foi gritar as frases mais doloridas e mais significativas olhando bem para ele, em alguma espécie de show privado. Seria legal se Frank ao menos olhasse para os fãs, entre uma música ou outra, mas eu não o culpava por aquela atitude, desde que meu pequeno chaveirinho em formato de pessoa estava ainda abalado pelo episódio ocorrido na casa de Gerard, o que havia repercutido em Gerard ter que pagar algumas pessoas para que não publicassem vídeos daquele dança/ato sexual. Não por não querer, Gerard obviamente queria mostrar para todo mundo que aquela bunda era dele, naquela altura do campeonato. Mas ele ainda não queria envolver a mídia, não queria acuar Frank e deixá-lo ainda mais temeroso sobre seguir em frente. Puta parada complicada.

Essa gente precisa de uma surra de rola ou de bunda. Não é possível, nem ao menos sei como tenho paciência pra tamanha glicose anal avançada.

Surrender The Night || Frerard versionOnde histórias criam vida. Descubra agora