Ele gostava de panquecas, daquelas que eram bem docinhas e com a cobertura de mel. E era assim que Frank lhe preparava café da manhã todos os domingos e definitivamente Gerard não se cansava da mesma refeição, assim como sempre se sentia completo com o seu pequeno... Às vezes, até achava que Frank mentia apenas para agradá-lo sempre com toda aquela felicidade espontânea, mas quando o via sorrindo naquelas manhãs claras e cheias de sol, o mais velho confirmava que realmente toda atenção e carinho que dava para ele durante todos os dias que estavam juntos valiam a pena.
Gerard ainda estava dormindo na cama espaçosa que possuíam no andar de cima da recém comprada casa em New Jersey, em um bairro nobre e com uma bela vista montanhosa, como o mais novo havia desejado. A cena era bonita de se ver todas as manhãs: o homem ali deitado, tão belo quanto a vista da janela, as costas expostas com pequenos arranhões e a claridade intensificando ainda mais sua branquidão. E roncava, como sempre, afinal, ele ainda estava bem cansado de todo o trabalho que Frank havia lhe dado na noite anterior... Uh, e que trabalho.
Frank, que estava na cozinha há certo tempo, acabou por ajeitar a grande caneca preta de café bem adoçado que ele tanto gostava, junto com a que havia feito para si, sem açúcar algum e um pouco mais forte (desde que o conheceu, Gerard tinha a mania de botar um pouco de água para deixar o café mais fraco, o que no fim, Frank acabava por fazer para ele), ajeitou os dois pratos com as panquecas cobertas pelo mel sobre a bandeja e direcionou-se até as escadas que levavam até o andar de cima da casa, com aquele sorriso sempre empolgado, e logo adentrou o quarto impecável dos dois.
Não era tão grande quanto o da planta que a imobiliária havia fornecido, como Gerard havia averiguado na primeira vez que chegaram ali, mas Frank não reclamou. Nunca reclamaria, desde que o seu sonho real em ter um lugar para os dois, longe de todo mundo, de toda a mídia e qualquer mal que viesse a lhes abalar, era muito melhor do que discutir com o corretor por causa de alguns metros a menos ou a mais em um cômodo. A casa havia sido construída do jeito que os dois queriam, com seus estúdios para os seus respectivos trabalhos, mas o quarto... O quarto havia sido todo elaborado por ele, por Gerard. E ai de quem se metesse.
A cama era grande, de metal bem trabalhado, em um tom grafite. Havia um closet ali também, sempre aberto, para que as roupas ficassem sempre bem arejadas, pois, de acordo com Gerard, as mantinha em um bom estado. O quarto tinha toda aquela decoração simples e familiar, portas-retratos espalhados pelas mesinhas de cabeceiras, a mesa reserva de desenho dele e a pequena estante de livros de Frank, além de um violão, sempre largado sobre uma das poltronas avermelhadas dispostas em dois cantos do cômodo, que o menor utilizava para criar algumas de suas canções de madrugada ou quando estava com preguiça demais para descer para o pequeno estúdio nos fundos.
Era a casa dos sonhos dos dois... Aliás, era uma parte do sonho de ambos, desde que haviam se conhecido naquela festa, quando ainda eram crianças e seus pais não se importavam com o quão ficariam grudados desde então. E Frank não fazia a menor ideia de que o menino estranho daquela noite iria ser o seu único homem ao longo daqueles anos. Ali, bem diante de si, estava todo o seu inegável futuro.
Frank deixou um pouco as resoluções de sua vida de lado e caminhou até uma mesa, que se encontrava mais próxima da janela que era adornada pela escura e grossa cortina, recém aberta por ele, deixou a bandeja bem disposta ali e então se virou em direção da cama.
Lá estava ele, exatamente como havia o deixado há alguns minutos.
Ainda de bruços e bem esparramado naquela cama, o lençol escuro cobrindo apenas parte de seu quadril, enquanto podia ver as marquinhas dos arranhões por seus braços também, além das costas, o que remetiam a Frank a leve ardência que tinha em suas coxas e nádegas, não podendo deixar de sorrir contidamente ao que se lembrava da noite anterior. Os cabelos escuros estavam bagunçados sobre o travesseiro e os olhos fechados, privando-o das orbes verde-oliva, ao contrário da boca entreaberta, por onde sua respiração leve era liberada.
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Surrender The Night || Frerard version
Fanfiction[Continuação de Burn Bright] " O amor nunca acaba. Não quando é real e nós dois sabemos o quanto foi. Nós vivemos, nós crescemos, nós morremos e ele continua ali, firme e forte. Vivo, incandescente e vibrando, mandando aquele incessante "É ele, é e...