minha mulher.

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Junior.

Parecia ter um caminhão em cima de mim, eu mal conseguia me mexer. Meus olhos arderam quando os abri e tive o contato imediato com a luz deste quarto, os bipis começaram a ecoar e só aí, me dei conta de onde eu estava. Tirei a máscara do meu rosto e notei que minha mãe dormia sem jeito em uma poltrona no canto.

— Ma...mã...mãe! — guagejo fraco e rouco. Bigarro e tento falar um pouco mais alto. — M-mãe? — ela finalmente se mexe e me encara, solta um sorriso e começa a chorar no mesmo instante.

— Meu filho, você acordou! Ah, como eu estava com saudades de você, Juninho. — seu corpo abraçou o meu e eu resmunguei com o incomodo.

— O que eu estou fazendo aqui? — senti uma pontada forte na cabeça e levo as mãos até minha testa. — Aí, caralho!

— Está tudo bem? Eu vou chamar o médico, filho. Vai ser melhor. — assenti devagar e fechei os olhos na tentativa de amenizar a dor.

— Olha quem resolveu acordar, tudo bem Neymar Junior?

— Só estou com um pouco de dor de cabeça.

— É normal, você passou quase dois meses em coma.

— Coma? — arregalo os olhos e vejo um senhor de uns cinquentas anos na minha frente.

— Sim, prazer sou o Doutor Ferraz. Você sofreu um acidente de carro, seu carro capotou três vezes depois de ser atingido por outro. Faturou algumas costelas, alguns arranhões pelo rosto e bateu a cabeça algumas vezes seguidas te levando á um coma induzido. — ele passava uma lanterna em meus olhos e me mandava seguir o pequeno flash de luz. — Aparentemente está tudo ok, mas iremos refazer todos os exames. E logo a enfermeira irá lhe dar um analgesico. Sente fome?

— Não, ainda não.

— Todo seu corpo ainda irá se normalizar. Ok? Dona Nadine, por enquanto é só isto. Aproveitem esse menino um pouquinho, logo venho busca-lo.

Ele saiu da sala e eu tentava buscar na minha mente o que eu estava fazendo antes de tudo acontecer. Quando abri os olhos outra vez, estavam todos no quarto: meus pais, minha irmã, jota e gil.

— Oi, gente.

— Ai meu Deus, Junior! Fiquei com tanto medo de você não voltar.

— Mas voltei pretinha e essa saia aí ta muito curta pro meu gosto. — digo e ela revira os olhos, deixa um beijo em minha bochecha e eu dou risada.

— Não vai perder esse ciúmes nunca, moleque.

— Não mesmo, cabeça.

Os moleques me cumprimentaram quase subindo em cima de mim e eu dei risada. Todos começaram a contar como estavam as coisas e a Rafaella saiu do quarto toda afobada para atender uma ligação e me veio flash do que estava fazendo antes de capotar e acordar dois meses depois nesse quarto.

— Kyara! Cadê ela?

— Ela veio mais cedo filho, mas não ficou muito pois pra quem não é familiar é um pouco menos de tempo.
— minha mãe disse e eu assenti atento.

— Ela nos disse que é sua namorada. — olhei a cara de desconfiado do meu pai e assenti.

— E, é mesmo. Liga pra ela, pede pra ela vim, por favor.

— Vai dar quatro da manhã, meu bem. Ela já deve estar dormindo.

— Eu quero ver ela. Me dá meu celular que eu ligo. — arrasto meu corpo na cama, me sentando ainda assim apoiando a minha coluna.

— Você nem sabe mesmo se ela é tão sua namorada assim, você passou muito tempo desacordado. Não acha que ela já arrumou alguém?

— Se ela estivesse arrumado alguém, não viria todos os dias aqui. — cebola rebate a minha mãe e eu seguro o riso.

— Penso a mesma coisa, Kyara é super de boas e mesmo vocês de implicância com a menina, ela não deixou de vim. — Jota dá de ombros e eu encaro a minha mãe.

— Apenas acho que ela não seja tão santa como aparenta.

— Alguém pode me escultar nesse caralho e ligar para a minha mulher?

— Vou ligar aqui, tomara que ela atenda.

(...)

Kyara.

— Como que é?

Ele acordou pô

— Gilmar se você estiver de zuação com a minha cara, fazendo alguma dessas piadinhas ridiculas de camêras escondidas, eu vou te encher de socos. — escutei aquele retardado gargalhar e falar com outro alguém "toma aqui juninho, ela não quer acreditar mano."

Meu coração que antes batia forte, parou. Voltou a bater em um ritmo muito louco e eu poderia jurar que ele dava umas paradas repentinas. Era muito louco para acreditar, mas era o que eu sentia.

Meu amor?

Era ele. A voz dele.
Meu Deus como eu havia pedido tanto por isso e e estava acontecendo. Precisei esfregar os meus olhos, achando que acordaria daquele sonho doido.

Kyn, vem me ver. Huh, amor?

— AI MEU DEUS DO CÉU!

Não surta, porra. Vem logo amor, ou então, eu posso dormir por mais alguns meses. — ele tava com um tom de voz brincalhão e eu estava tão abobalhada que nem conseguia pensar muito.

— NÃO! Eu te amo, Neymar e nem pense em voltar para aquele coma lazarento!

Vem, estou te esperando.

Ele gargalhou e desligou.
Céus, ele havia voltado.

Precisei de alguns minutos para voltar a respirar normalmente. Corri para o meu closet e puxei uma calça jeans do cabide, a coloquei quase caindo. Separei meias, um par de botas, uma blusa e vesti tudo. Peguei o meu sobre tudo que estava largando em um puff por ali e joguei no meu corpo. Estava uma madrugada frienta e eu não queria perder tanto tempo me arrumando, eu só queria ve-lo.

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo frouxo, escovei meus dentes, coloquei meu telefone no bolso e peguei meus documentos junto da chave do carro. Tranquei o apartamento assim que saí.

O caminho para o hospital nunca foi tão longo, a ansiedade me consumia inteira fazendo meus músculo se contrairem e voltar a tremer tudo dentro de mim. Era incrível como ele sempre teve poderes sobre mim. É inevitável.

Estaciono, travo o carro após sair e logo entro no hospital e pego o elevador para o andar que o Junior está. Me identifico na recepção e sigo o meu caminho, os amigos dele, irmã e o pai estavam ao lado de fora do quarto. Felizes e sorriam alegremente.

— Vamos? Ele está te aguardando.

A mãe dele tinha aparecido como uma mágica na porta do quarto, saiu, me dando a passagem, agradeci e fechei a porta após fazendo meu corpo girar.

— Oi, baby! — seu sorriso que me fascinava estava ali á pouquissimos metros de mim. Mordi meu lábio tentando conter o meu choro que queria vir com tudo.

— Como podê fazer isso comigo?

— O que? Ahn, meu bem, me desculpe.

— Vou te dar uns tapas na tua cara pra você aprender a nunca mais dirigir e falar no telefone ao mesmo tempo. — cruzei meus braços no meu corpo, revirei os olhos e ele gargalhou.

— Perdão amor, ok? Agora vem cá, vem. — um sorriso travesso apareceu em seus lábios. — Dá beijinho aqui, preta.

Sugar Daddy 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora