man down!

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— Você é patetico, moleque.

— Já disse pai, eu a conheci assim e vou continuar com ela. E o que vamos fazer daqui para frente não é da conta de ninguém aqui.

— Mas da família dela, seria sim.

— O que que cê quer Rafaella? Isso tudo é o que medo?

— Não Junior, isso é proteção. Ou só você que não ver que todo esse joguinho dela é por puro interesse?

— Interesse de que mano? Pelo amor de Deus, ela sempre teve berço de ouro, vocês precisam entender isso. Antes que eu começasse a me estabilizar no futebol o pai dela já estava pra lá de milionário.

— Mas...

— Não tem mas nenhum pai, na moral, pode fazer o que vocês quiserem, eu tô indo embora.

Escutei meu pai gritar meu nome mas não dei ouvidos, subi os degraus da escada os pulando de dois em dois. Entrei no meu quarto com tudo, peguei uma mala grande e abri a mesma no chão. Comecei a tacar tudo que pensei que iria precisar dentro dela e caso eu esqueça de algo eu compraria ou buscava depois.

— O que você pensa que está fazendo?

— Uma mala.

— Filho, pra onde você vai?

— Para a casa da minha mulher e me faz o favor de não me chamar de filho. — passei por ela indo para o banheiro para pegar outras coisas.

— Juninho?! — escutei ela resmungar e voltei para o quarto, colocando minhas coisas na mala. — Neymar, você não pode me pedir isso! Eu sou sua mãe, sou eu quem te deu a vida e você está me rebaixando por uma qualquer da vida.

— Essa uma qualquer é o amor da minha vida e você como se diz minha mãe com tanto orgulho deveria ao menos engolir teu preconceito de merda e respeitar as minhas escolhas. — passei a mão que estava livre no rosto, secando meu choro e ela estava me encarando como quem poderia chorar a qualquer momento. — Eu amo ela, mas do que qualquer coisa nesse mudo. Apenas aceite isso.

— Eu não posso aceitar, não posso. Ela não é quem eu sempre sonhei para você.

— Você não a conhece como eu, você apenas a olha por aquilo que te contaram e eu sinto muito por isso, pois ela é incrível.

Minha voz saiu quase em um sussuro. Terminei minha mala, fechei e a arrastei até a porta do meu quarto. Minha mãe havia se sentado na minha cama encarando as próprias mãos. Suspirei pesado e por fim saí daquela casa. Passei todo o caminho pensativo, minha própria família odiando quem eu tanto amo e me sinto bem, imagine só se eu contasse sobre o bebê. Meu corpo inteiro se tremeu e mais uma vez eu sequei meu rosto. Estacionei o carro em frente ao prédio da Kyn, tirei minha mala do carro com uma facilidade muito boa graças a fisioterapia que está aliviando demais as dores que eu sentia e me dando de volta a liberdade de me movimentar como quero. O porteiro me ajudou a subir na escadinha da entrada do prédio, o pedi que não me anunciasse pois não era preciso e peguei o elevador. Entrei com a minha cópia da chave e não havia sinais dela no andar de baixo, apenas um som de uma música da Rihanna. Deixei minha mala no canto e fechei a porta, subi para a escada. A porta do quarto estava entre aberta, parei no batente e cruzei meus braços. Ela estava de costas e remexia a cintura conforme a batida da música.

Porque eu não quis machucá-lo
'Cause I didn't mean to hurt him

Poderia ter sido o filho de alguém
Coulda been somebody's son

E eu peguei o coração dele quando
And I took his heart when

Suas mãos estavam para o alto, ela rebolava com leveza, baixou os braços e passou as mãos por seus cabelos como se estivesse seduzindo algo ou alguém, ela girou o corpo e sorriu ao me ver. Sinalizou uma arma com as mãos e fingiu destrava-la, fechou um dos olhos mirando-me com o outro, e fingiu um desparo.

Puxei aquela arma
I pulled out that gun

Rum bum bum bum, rum bum bum bum, rum bum bum bum
Rum bum bum bum, rum bum bum bum, rum bum bum bum

Homem morto!
Man down!

Sorri bobo com sua alegria e abri os braços a fazendo correr para se encaixar neles.

— Nem me avisou que vinha, preto.

— Foi de última hora, você estava linda dançando.

— Ahn, eu estava fazendo uns esborços para a fascino...mas quando tocou a Riri eu não me aguentei. — ela riu baixinho e eu segurei seu rosto e nos beijamos no ínicio com calma, desci uma de minhas mãos até sua cintura e apertei de leve. Ela gemeu baixinho e arranhou minha nuca, entrelacei a outra mão em seus cabelos e a puxei ainda mais para mim.— Amor...

— Huh? — selei sua boca e ela ainda estava com os olhos fechados, afastei os fios de cabelo de seu rosto e ela me encarou.

— Eu amo você.

— Eu também, muito. Não se esqueça disso.

— Não vou esquecer. — me selou e eu acabei sorrindo. — Está com fome?

— Morrendo, ainda não almocei.

— Vem, eu fiz uma lasanha de frango. — entrelaçou as nossas mãos e me arrastou escada abaixo. — Ué?

— Briguei com todos lá em casa. — dei de ombros, abracei sua cintura e nos guieei para a cozinha.

— Foi minha culpa, não é?

— Eu não sei como mas eles descobriram sobre você e o nosso contrato.

Ela ficou quieta, esquentou a lasanha e o arroz. Nos serviu e também colocou uma jarra de suco de maracuja sobre a mesa. Não precisou que ela comesse muito para sair correndo até o banheiro e colocar tudo para fora. Fui atrás um pouco depois e ela já estava escovando os dentes, secou a boca e se sentou na tampa do vaso.

— Me desculpa.

— Kyn, você já me explicou sobre esses enjoos e é normal, preta. Tá tudo bem. — me abaixei em sua frente e ela fez careta.

— Não é sobre isso, Ju. E sobre sua família, por minha culpa você vive se estressando com eles e é muito chato ter que lidar com isso.

— Shi... isso não é culpa sua. Eles quem são horriveis em fazer isso, apenas deveriam ter que aceitar a minha escolha, a minha felicidade que é você e agora o nosso bebê.

— Você contou?

— Nã-não amor.

— Que foi, hein?

— Depois falamos sobre isso, esta bem? Vamos. — voltamos para a cozinha e terminamos de comer, largamos a louça por lá. Subi minha mala e deixei no closet da Kyara enquanto ela tirava as coisas de cima de sua cama pois segundo ela, estava com sono. Tomei um banho e me troquei dentro do closet, coloquei uma samba canção, escovei meus dentes e fui atrás de uma meia, vesti e calcei meus chinelos.

— Que estilo ein, ô!

— Sabe que sim, né.

— Eu fui ironica, amorzinho.

— Eu sei.

Sugar Daddy 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora