julgamentos

2.6K 143 11
                                    

Kyara.
Nossa tarde estava tão boa que eu seria capaz de duvidar se era real. Vovó ficava conversando com Bella, que aliás foi ela quem nos sugeriu o nome. Todos nos davamos muito bem, ninguém ali nunca nos julgou ou pediu detalhes sobre toda a minha história com o Neymar, meus pais já estavam a par de tudo, tintim por tintim... Claro que não foi nenhuma calmaria como estar agora, mas tudo se acertou após uns dias. Eu observei o Junior passar por mim indo para dentro de casa e ele estava bem nervoso, mas de imediato não achei que fosse algo que eu precisasse me preocupar, já que se fosse ele iria me chamar, não é mesmo? Ou será que não?

— Vovó, vou tomar um pouco de água lá dentro e já volto.

— Sem pressa filha, vou pedir uma carninha aos meninos. — ela os adorava de paixão, acabei rindo de seu jeitinho e me levantei calçando meus chinelos, entrei em casa indo direto para a cozinha. Abri o armário buscando por um copo, enchi de água e bebi tudo, lavei o copo e pensei em ir atrás do Junior e saber o que estava acontecendo. Mas me assustei quando me deparei com a Rafaella, parada, no batente da entrada entre a cozinha e a minha sala.

— O que é que você está fazendo aqui?

— Vim visitar a minha sobrinha ou não posso? Aliás... se ela tiver mesmo o meu sangue, não é?

— Ela não é nada sua. Saía da minha casa, Rafaella. — ela tinha uma expressão bem esquisita no rosto e ze aproximou ainda mais de mim, ficando á pouquíssimos de passos de distância. — Por favor, vá embora.

— O que foi? Esta com medo de que meu irmão descubra? — ela cruzou os braços e eu fechei meus punhos sentindo um ódio começar a me invadir.

— Pare de ser louca, menina! Ele é o pai da Bella, sai daqui antes que isso acabe mal.

— Eu não tenho medo do Junior e muito menos de uma vagabundinha de quin... — eu não deixei que ela completasse a frase e desferi uembqm soco bem certeiro em sua boca, ela passou a mão e encarou o pouco de sangue que havia escorrido em sua mão. — Ahn, você não fez isso...

— Fiz! E faço de novo se você continuar me ofendendo. — eu fui me alterando aos poucos e ela ainda me encarava com muita raiva. — O QUE EU FIZ OU DEIXEI DE FAZER, É EXCLUSIVAMENTE UM PROBLEMA MEU. QUE SE FODA VOCÊ E A SUA OPNIÃO DE MERDA. AGORA VOCÊ VAI SAIR DA MINHA CASA OU EU MESMA LHE JOGO LÁ FORA. SAI!

— Abaixa o tom vagabunda, a casa é do meu irmão e se eu quiser eu te tomo toda esta merda! — pisou firme feito uma criança birrenta de cinco anos de idade. Cravei minhas unhas em seu braço e comecei a puxa-lá, passei pela sala sendo encarada pelo NeymarPai e o Junior que me encarava assustado.

— NÃO SE METE NESSA PORRA! — gritei com ele que apenas assentiu de olhos arregalados.

— Me solta. Me solta, sua louca! — ela se debateu tentando se soltar.

— Solte a minha filha.

— Vão embora os dois! Ou eu taco fogo ou o que for que faça você sumirem de dentro de minha casa. — empulsei a Rafaella para fora da casa e ela cambaleou e caiu sentada na grama do meu quintal. — METE O PÉ DA MINHA CASA! — Vi o pai dela a tirar do chão sem tirar os olhos de mim, eu respirei fundo e passei a mão na minha barriga tentando me acalmar e meus olhos se encheram de lágrimas. Voltei para dentro de casa e todos estavam na sala. — Faça eles irem embora e nem pense em vim atrás de mim. — afirmei com a voz embargada e o Junior que me olhava assustado apenas assentiu.

Não tive  coragem de encarar ninguém ali, subi as escadas quase correndo e me tranquei no quarto em que já estavamos com quase tudo pronto para a Bella. Me sentei na poltrona de amamentação, estiquei minhas pernas colocando as mesma apoiadas no compartimento que era destinado para aquilo. Pousei minhas mãos na barriga e fiquei acariciando até que meu choro parar e eu conseguir me acalmar completamente.

— Eu prometi e vou cumprir para sempre, ninguém vai te fazer mal, Bella. — Sussurei ainda com os olhos fechados, senti outro par de mãos em cima das minhas, abri os olhos e encarei o Junior bem a minha frente. — Como você entrou? — ele apenas balançou as chaves reservas e eu voltei a fechar meus olhos. — Eu já não aguento mais nada, Junior.

— Eu sei amor... e a culpa é minha. Se eu tivesse contado desde o começo quem você era...

— Como que é, Neymar Junior? Nem termine o que você estava dizendo, nem pense nisso. — o encarei e ele ficou sem ter o que me dizer e fechou a boca quando tentou, tirei suas mãos de mim e ele se levantou e parou na sacada do quarto. — Você é tolo demais. Como você ainda consegue pensar em me julgar por quem eu fui um dia e ainda estar aqui comigo? Sério, Junior, se formos começar se forma errada eu prefiro de verdade que você deixe. — eu engoli em seco, mas aquilo era preciso. — De julgamento já bastar ter que ouvir de quem nunca se interessou em me conhecer de verdade, agora aturar isso do homem que eu amo e pai da minha filha? Não! Seria um fardo pesado demais para qualquer pessoa.

Não esperei resposta alguma dele, saí do quarto e entrei no nosso, catei por um pijama frouxo e entrei no banho, deixei quase que a banheira transbordasse e fiquei alguns longos minutos dentro dela. Me vesti e saí do banheiro com a toalha em mãos para dependurar em uma cadeira do quarto. Junior estava dentro do closet e eu resolvi ignorar qualquer tipo de contato, pelo menos por hoje.

— Kyn? Eu vou ir lá para o Gil e amanhã eu tenho jogo, lembra? — fiz apenas um resmungo e ouvi ele soltar um suspiro pesado.— Tudo bem, amanhã nos conversamos. Se cuida, eu amo vocês. — não ergui meu olhar para e ele e muito menos me dei o trabalho de responde-lo, ele se aproximou e deixou um beijo gelado em minha testa.

...

Sugar Daddy 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora