Capítulo cinco

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— O ano é 1916! — a professora aponta para o número no quadro e nos encara seria — Que coisa foi extinguida depois desse ano?

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— O ano é 1916! — a professora aponta para o número no quadro e nos encara seria — Que coisa foi extinguida depois desse ano?

Ninguém lhe responde a pergunta e um silêncio domina o ambiente, nos deixando escutar apenas as mascadas de chiclete furiosas de Suzy Johan.

— Ok, ok. Vamos mudar o ano. — A professora não parece decepcionada que ninguém saiba, mas um pouco mais animada ao pular para o quinto ano na lista — O ano é 1988, o que aconteceu nele?

Novamente o silêncio recai sobre a sala, levando a professora Sibila a encarar um grupo de meninas sentada nas primeiras classes em busca de respostas.

— Tem a ver com CF! — orienta, me fazendo lembrar vagamente de um possível assunto — Conquista feminista.

Levanto minha mão rapidamente com essa dica, buscando alguns pontos extras se responder corretamente.

— Baker? — ela me olha incrédula, fazendo meus queridos colegas soltarem uma risada — Ora! Ora! Ora! A senhorita resolveu nos dar a honra de responder alguma pergunta e escutar sua voz? — arregalo ainda mais meus olhos com o tom de deboche usado.

A verdade é que eu normalmente não dava um "pio" sequer dentro da sala de aula, era difícil interagir ou até mesmo participar. Minhas notas por participação deixavam muito a desejar, devido minha timidez, porém não poderia deixar a oportunidade de ganhar uns pontos extras, ainda mais depois de ter tirado uma nota baixa como 4, na última avaliação.

— Qual é, professora? Deixa ela responder. — Rafael se intromete do fundo da sala, me levando a olhá-lo disfarçadamente de onde estou — Vai que ela sabe e a senhora está fazendo certo bullying devido não a ver respondendo em voz alta?

— Mil perdões! Não era minha intenção. — A professora me olha nervosa — O que aconteceu em 1988, Baker?

— A Confederação Federal consagrou a igualdade entre homens e mulheres, se não me engano. — respondo baixinho, batucando meus dedos na mesa e mordendo os lábios no final.

— Como o prometido no começo da aula: 10 pontos para quem respondesse correto. — sorriu na minha direção e retornou a frente do quadro, apontando para outro ano.

O restante dá aula passou rapidamente com a professora explicando cada conquista feminina no final, cinco páginas de pesquisas e muitos marcadores nas partes mais importantes, porque certamente irá cair na prova ou do fim de trimestre ou teste básico.

— Quais as chances de você me apresentar o gostoso do seu irmão? — Rafael questiona seguindo ao meu lado para os portões.

A aula de sociologia tinha sido o último tempo do dia, e depois de termos estudado inúmeras conquistas feministas, a única coisa que eu desejava era comer alguma coisa e dormir.

— Carl não gosta da mesma fruta que você. — respondo fingindo tristeza.

— Osh! Que ser inexistente não iria querer um cara como eu? — Rafa faz graça.

Regra N°1 [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora