Capítulo setenta e dois

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Subo direto para meu quarto assim que chegamos em casa, a conversa com o delegado Kalliman foi mais difícil do que esperava, de alguma forma, parecia que tinha conseguido lembrar de tudo novamente, da dor na minha intimidade, a forma como me senti...

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Subo direto para meu quarto assim que chegamos em casa, a conversa com o delegado Kalliman foi mais difícil do que esperava, de alguma forma, parecia que tinha conseguido lembrar de tudo novamente, da dor na minha intimidade, a forma como me senti ao encarar o corpo de Hugo ao meu lado.

Me sentia tão suja de ter feito algo com ele, Hugo era um dos meus primos postiços, certo que não mantinha tanto contato com ele, mas mesmo assim, eu me criei com sua família.

Pego uma camiseta de manga comprida que Mason esqueceu aqui em casa e uma calcinha, aproveitando da peça de tamanho maior para não precisar usar algo além das duas roupas que peguei.

Faço meu xixi encarando a parede branca do banheiro, logo retirando minhas roupas e deixando apenas as limpas em cima do vaso com preguiça de apindurar nos ganchinhos da parede.

O chuveiro já está regulado na temperatura ideal para mim, que segundo meu irmão poderia queimar qualquer outra pessoa, mas fazer o que? Prefiro banhos quentes.

A água cai por meu corpo calmamente, o quentinho dela nao ajuda com o frio interior que pareço estar sentindo, as palavras do delegado rondam minha cabeça e o choro de minha mãe retorna a minha mente.

Tudo parece ter um peso maior sobre minhas costas, eu sei que a culpa é minha, que não deveria ter ingerido nada que Hugo me deu, mas eu não estava pensando direito naquele dia, a memória de como o delegado o julgava, deixava mais evidente como eu poderia ter evitado tudo isso se fosse uma pessoa responsável.

Sei que Hugo tem sua parcela de culpa por ter me dopado, porém sei que a maior culpada sou eu.

O choro que estava prendendo retornar e eu apoio minha testa na parede e deixo a água cair nas minhas costas, as lágrimas rolam por meu rosto e me sinto constrangida por não conseguir me segurar, na verdade, acredito que nem forças para isso tenho.

A batida na porta do banheiro me assustam, fazendo com que eu lembre que não estou sozinha em casa e acabo tendo que segurar a avalanche de sentimentos que querem me dominar.

– Filha? Você está bem?

A voz de meu pai é calma, certamente esta tentando fazer a mesma coisa que eu, segurar todo o peso posto nas suas costas.

– Tô sim. – minto.

– Papai vai te esperar aqui, quero conversar com você, pode ser? – pergunta cuidadoso.

– Pode sim. – respondo contrariada.

Eu amo o senhor Jake Baker, mas realmente nao queria ter que conversar agora, só queria poder deitar na minha cama e esquecer o mundo.

Aproveito os poucos minutos que minha consciência me deixa sem lembrar da presença de meu pai no quarto e desligo o chuveiro, meus cabelos estão molhados graças a grande ideia de esquecer meus problemas, me fazendo ter que enrolar uma toalha na cabeça e com outra me secar.

Assim que saio do banheiro, visualizo papai deitado sobre minha cama, mexendo no celular, na sua testa tem vincos de expressão demonstrando bem que era alguma coisa importante que o mandaram.

– Está tudo bem? – pergunto me sentando ao seu lado.

– Sim, só estava avisando Noah que em seguida devem ir até a casa dele. – explica largando o celular ao seu lado e me puxando para deitar ao seu lado – Está tudo bem mesmo?

– Tá. – dou de ombros.

Meu pai poderia não saber o momento de deixar sua cria sozinha, mas ele sabia o momento de ficar quietinho, em silêncio total, apenas me dando seu carinho e proteção.

Coisa que ele estava fazendo agora, enquanto passava seus dedos sobre meu braço e me apertava como se estivesse me ninando.

– Se lembra da sua musiquinha preferida quando criança? – Me pergunta de repente.

– Claro que lembro, fiz o senhor procurar o maldito "alecrim" durante uma semana só por causa da música. – dou risada.

– Canta para mim? – pede.

– Cantar? Eu sou péssima cantando, pai!

– Dessa vez não é você que precisa se sentir protegida, filha, é o papai! – ele me aperta nos seus braços.

– Eu amo o senhor! – declaro.

– Isso ajuda também, mas eu quero a musiquinha! – diz com um leve sorriso.

– Alecrim, alecrim dourado, Que nasceu no campo, Sem ser semeado, Alecrim, alecrim dourado, Que nasceu no campo, Sem ser semeado – faço uma pausa e continuo – Foi meu amor, Que me disse assim, Que a flor do campo é o alecrim, Foi meu amor, Que me disse assim, Que a flor do campo é o alecrim

– Alecrim, alecrim Dourado, que nasceu no campo sem ser semeado. Alecrim, alecrim Dourado que nasceu no campo sem ser semeado. – cantamos juntos – Foi meu amooooooor que me disse assim, que a flor do campo é o alecrim.

– Foi meu amoooooooooorrr! – um Carl risonho abre a porta de meu quarto cantando animado.

– Que me disse assim que a flor do campo é o alecrim! – finalizamos juntos.

Meu irmão se joga no nosso lado e começa e a rir, nos fazendo a fazer o mesmo.

– Céus! Eu odiava essa música! – confessa – Catherine só sabia cantar essa porra!

– Eí! – bato no seu braço fingindo estar emburrada.

– Admito que odiava também. – Meu pai confessa.

Abro a boca chocada para os dois, antes de recomeçar a rir, esquecendo por ora de tudo o que aconteceu, focando somente nos dois homens ao meu lado.

Abro a boca chocada para os dois, antes de recomeçar a rir, esquecendo por ora de tudo o que aconteceu, focando somente nos dois homens ao meu lado

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Nota da autora:

Último capítulo do dia!

Eu sei, eu sei, a música é da galinha pintadinha, mas eu tenho um amor especial por ela, meu sobrinho e amor da minha vida a adora e eu precisava colocar uma coisa que tenha a ver com ele!

O que acharam?
Capítulo meio familiar da Cathe né?

Regra N°1 [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora