Capítulo vinte

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O tom alaranjado do sol nascendo é incrível, então não me oponho em estacionar o carro na beira do asfalto e sair para fora, sentindo o vento friozinho bater em mim

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O tom alaranjado do sol nascendo é incrível, então não me oponho em estacionar o carro na beira do asfalto e sair para fora, sentindo o vento friozinho bater em mim.

Fecho meus olhos e puxo o ar devagar, sentindo todo aquele sentimento de alívio, sento-me ao lado do carro e fico parado observando o sol em sua magnitude resplandecer no céu.

Não sei o tempo exato que fiquei parado apenas visualizando essa nona maravilha do mundo, porém tenho certeza que foi tempo o suficiente para esfriar ainda mais.

Entro no carro passando uma mão na outra em uma tentativa insignificante de aquecê-las, olho para o banco do passageiro e me pergunto se já não está na hora de o ligar e voltar ao mundo real e confirmo com a cabeça para o nada.

Fugir dos problemas nunca foi algo que eu gostava de fazer, mas parando para pensar nesse momento, essa pode ser a única maneira de manter minha cabeça no lugar e não acabar estragando tudo o que construí com Catherine durante todos os anos de nossas vidas.

O celular marca exatas 8h e tenho certeza que ela deve estar entrando em sua escola com uma calça jeans e a farda, nos pés certamente com seu inseparável tênis branco e a mochila nas costas.

Fabulosamente linda, um sorriso simples e falso no rosto, ela nunca está de, verdadeiro, bom humor pela manhã, ela demora até, mais ou menos, às 10h para realmente acordar, entretanto sempre tenta parecer simpática, alegando que as pessoas não precisam saber dos seus verdadeiros sentimentos se não os influenciar.

O primeiro que respondo é Maurício, avisando que estou bem e agradecendo por ele ter encoberto minha saída, assim que clico no ícone de minha melhor amiga, parece que entro em um lugar paralelo onde serei castigo, porém acabo sendo surpreendido com apenas algumas mensagens preocupadas e pedidos por notícias, pisco algumas vezes antes de pedir para me encontrar com ela hoje.

Escorro minha cabeça no apoio do banco e fecho meus olhos esperando sua resposta, eu preciso de sua resposta antes de sair dali.

"Você demoraria muito para chegar até a minha escola?"

"Cerca de quarenta e cinco minutos"

"Assim que chegar me avisa!"

"Não quero que cabule aula para me ver, Catherine!"

"Eu preciso te ver!"

Largo meu celular sobre o banco não sabendo o que lhe responder, tento achar um jeito de a convencer a mudar de ideia, mas quem estou querendo enganar, preciso disso tanto quanto ela.

Ligo o carro e saio do acostamento, conecto meu celular ao automóvel e "The Scientist" do Coldplay chega a meus ouvidos como calmante e eu relaxo no banco enquanto dirijo até sua escola.

A abstinência do cigarro de algumas horas se torna presente depois de vinte minutos vendo as árvores da estrada, agradeço a Deus por ter tomado um banho no Volúpia antes de pagar e ir embora, com certeza minha menina não ia gostar de sentir meu cheiro de cigarro, bebida e sexo.

Penso em chegar em casa antes de ir até ela, entretanto pode ser que dona Camila e seu Rian não tenham saído de casa ainda e acabam fazendo perguntas que demandariam tempo demais para serem respondidas agora.

Se me perguntassem como todos meus planos para o dia desapareceram, eu não saberia explicar, foi tudo muito rápido, em um momento estava trocando "Too Good At Goodbye" por "Always" e no outro estava sentindo meu corpo ser jogado para a frente e meu carro batendo com tudo no da frente, a colisão bruta não terminou por aí e foi preciso o carro detrás bater no meu para que eu perdesse a consciência e só conseguisse lembrar do sorriso radiante de Catherine antes de apagar.

Regra N°1 [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora