Sabe qual é a pior sensação de estar apaixonada? No momento, é não ter certeza se o amor vai continuar o mesmo depois de um tempo.
Sempre levei em consideração que o principal e maior motivo de se apaixonar é conseguir confiar na outra pessoa, você sente uma vontade intensa de compartilhar tudo com a outra pessoa e eu desejo isso, quero isso.
Assim que papai me mostrou os print's da conversa de Giovana e Hugo, eu perdi meu chão, mesmo com tudo indicando o quanto era verdade, eu ainda nao conseguia aceitar aquilo.
Como que um garoto que se criou com minha família, que sempre esteve conosco, como ele teve a coragem de fazer isso?
Por que ele fez isso?
As perguntas martelavam na minha cabeça e eu não tinha minhas queridas respostas, coisa que eu odiava.
Respiro fundo e encaro o teto de meu quarto, o forro de pvc branco já está levemente sujo, claramente vou ter que me ocupar com ele qualquer dia desses.
– Filha? – olho rapidamente para a porta assim que papai me chama, nem ao menos escutei a porta se abrindo.
– Oi. – retorno a encarar o teto.
– Posso falar com você? – ele pergunta se aproximando da cama e deitando ao meu lado.
– Pode.
Seu Jake se deita ao meu lado, me puxando para seu peito, numa das formas dele demonstrar proteção.
Lembro-me de quando tinha uns 3 a 4 anos, quando dona Fernanda estava doente e ele passava a noite conversando comigo, dizendo que ela me amava, mesmo não parecendo.
– Como você está?
– Sem chão. – respondo a verdade.
– Se te serve de consolo. – olho para ele – Eu também.
Sinto meu queixo e minha boca tremer, eu estava a um pequeno fio de começar a chorar, já não existia barreiras para segurar tudo, elas haviam desaparecido depois de tudo.
– Quando você era menor, disse que era para regular a sua dor. – concordo com a cabeça, lembrando bem – Você tinha de 10 a 20.
– Nunca entendi porque não começava de 0 a 10. – sorrio pequeno – Por quê?
– Isso é muito comum. – diz fazendo careta.
– O senhor quer que eu a responda agora? – questiono – Sabe que é uma dor psicológica e não física né?
– Deixa eu te contar uma coisa: – seus braços me apertam contra si – Muitas vezes, a dor psicológica, machuca mais do que a física.
– Pai...
– Quando eu era mais novo, – Me interrompe – eu achava que nada poderia me machucar, ninguém além de seu tio tinha esse poder.
– Quem além dele tinha?
– Seus tios, sua mãe, todos a minha volta. – confessa com um sorrisinho tímido.
– Quem lhe magoou?
– Primeiro: seu tio Noah, foi horrível saber que ele casou sem estarmos presente. – ri – Segundo: Analua e Mike conforme iam e voltavam, odiava como Mike se sentia com tudo e como eu era insignificante para aquele momento, eu não tinha como o ajudar. Terceiro: Quando sua mãe negou vocês. Foi o pior momento da minha vida!
– De 10 a 20? – tento quebrar o clima estranho que domina o quarto.
– 21 e você?
– 19.
– Por que 19?
– O senhor me ensinou a guardar o 20. – dou de ombros.
Um silêncio prevalece no quarto, enquanto nos abraçamos quietos, sabia que ele queria falar alguma coisa, esse assunto não tinha saído atoa.
– O que Hugo fez é crime. – começa – Eu já falei com um advogado, tenho tudo preparado para fazer a denúncia, como você era menor de idade, a pena varia de 8 a 12 anos.
– Papai...
– Ele precisava pagar pelo que fez, Catherine. – passa seus dedos por entre meus cabelos – Ele não pode sair impune por isso.
– Como vou encarar a tia Madu e o tio Noah, pai?
A imagem dos dois passa por minha cabeça, como eles estavam orgulhosos quando Maurício passou na faculdade, no aniversário de Hugo. Merda! Como eu vou olhar para eles?
– Você não é culpada por isso! – ele acaba se sentando e me puxando para seu colo – Você não é culpada!
– Quem nos garante? – pergunto começando a chorar – Quem nos garante que eu não quis transar com ele?
– Você não estava sóbria, filha! Quando a pessoa não está sóbria e, pelo que soubemos, não está em sã consciência, entra como abuso sexual.
– Mas...
– Não tem mais nem menos! – corta – Se quiser falar com Maria Eduarda e Noah, eu vou com você, mas Hugo não vai ficar impune!
É a sua última palavra antes de me abraçar uma última vez e sair do quarto, me deixando embasbacado e chorando em cima da cama.
Puxo minha coberta por cima de meu corpo e me espicho para pegar meu celular, eu já tinha mudado seu nome nos contatos, ainda bem que não havia apagado.
"Você pode vim aqui?"
"Aconteceu alguma coisa?"
"Você pode vim aqui?"
Repito a pergunta, sem paciência e muito menos vontade de conversar por mensagem.
"Já estou indo!"
Quase sorrio ao ler sua mensagem. No final, era ele quem eu chamava.
Notas da autora:
Esses são os dados disponibilizados pelo Planalto, principal portal de leis do Brasil, sei que a história não tem nem país, na verdade, mas usei como esboço a lei brasileira.
O que acharam do capitulo?
Vi que uma pessoa pediu maratona, eu tenho 5 capítulos prontos, se vocês quiserem, porém só postaria quinta, aí é com vocês!
Desculpa por não ter meme e até mesmo pelas notas chatas, hoje não é meu melhor dia, mil perdões!
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Regra N°1 [EM REVISÃO]
Teen FictionObra registrada e com provas do bug do wattpad, ou seja, ganhará processo a pessoa que plagiar! "Regra n°1: nunca nos apaixonar!" "Regra n°2: não deixar isso acabar com nossa amizade!" "Regra n°3: nunca deixar ninguém além de nós saber!" "Regra n°4:...