Olho para o horário na tela de meu celular e marca exatas 02h47min, minha luz está desligada e minhas roupas são todas pretas, seriam mais fáceis de se camuflar a noite, na minha cama está um montinho formado por meu cobertor de inverno na forma de um corpo deitado e minha capinha está sobre o criado-mudo como se fosse meu celular.
Eu nunca tinha fugido de casa no meio da madrugada para encontrar qualquer pessoa, eu não precisava disso, era apenas bater na porta do quarto de meus pais ou no de Carl e pedir para que eles me levassem para onde eu queria.
Entretanto acredito que eles não fariam isso, já que a algumas horas me arrastaram da casa de tio Rian e quebraram o chip de meu celular apenas para que eu nao conseguisse conversar com meu namorado, um completo drama na minha opinião, mas que para eles fazia total sentido.
Acontece que o Masi tinha espancado Hugo, aparentemente sem motivo algum e isso acabou deixando meu pai e meu irmão com um medo louco de que ele pudesse surtar e fazer o mesmo comigo, o que é completamente errado.
Caminho na ponta dos pés até a minha porta e a abro devagar, tentando diminuir para o mínimo possível o barulhinho que ela solta, coloco a cabeça para fora e a porta do quarto de Carl está aberta, isso é um bom sinal, ele não deve estar em casa, já a porta perto das escadas está aberta e pior com o abajur ligado, sinal que papai deve estar esperando por essa minha fuga.
Volto para o meu quarto e penso em uma maneira de conseguir sair de casa sem passar na frente do quarto de papai, porém minha mente é burra demais para pensar em algo.
Caminho até minha janela e a abro, olhando para baixo, a queda é alta, não teria como pular daqui de cima, me fazendo soltar um suspiro sofrido e olhar para o lado, vendo a minha salvação.
Uma enorme árvore estava com um galho grosso perto da janela de meu irmão, quase que implorando que eu desce-se por ela, foi impossível não sorrir com aquilo.
Refaço o caminho de minutos atrás e tento novamente diminuir o barulho que a porta faz, tendo certeza que amanhã pedirei a papai que a conserte ou passe óleo em suas trancas, na ponta dos pés entro no quarto ao lado do meu e passo meus olhos pelas coisas de Carl, tendo certeza que ele deve estar com Diego agora, já que estão inseparáveis ultimamente.
O quarto de meu irmão não é nada parecido com o meu, seus sapatos estão enfileirados em ordem na parede direita, onde tem uma espécie de sapateira enorme com um roupeiro maior ainda, sua enorme cama box, sua cômoda ao lado do computador, tudo ali cheira a perfeição e está organizado como uma.
— Está fazendo o que aqui? — viro-me assustada para o meu irmão e engulo em seco ao avistá-lo na porta com uma garota ao lado.
— Oi? — sorrio nervoso.
— Quem é essa vadia, Carl? — abro a boca indignada com a forma que a garota loira ao seu lado me chama.
— Vadia é você! — retruco emburrada.
— Não a chame de vadia, Amanda!
— E eu devo chamar de que uma garota no seu quarto nessa hora da noite? — cruza seus braços.
— Que tal de irmã dele? — cruzo os meus também.
— Quer saber? — Carl intercala o olhar entre nós duas — Perdi o clima, fora daqui Amanda!
Sua mão aponta para a escada e ele adentra seu quarto parando ao meu lado e olhando sério para ela.
— Sério isso? — pisca seus olhos.
— Nunca falei tão sério! — ele respira fundo e me olha — Eu vou lá embaixo levar ela e quando eu voltar ainda te quero aqui!
— Ok. — assinto.
Carl me olha estranho antes de pegar no braço da tal Amanda e sair arrastando ela para a fora, estranho sua atitude já que ele não é de fazer isso, porém me mantenho quieta, vai que ainda sobre para mim.
Sento-me na cadeira da escrivaninha de seu computador e o aguardo voltar para o quarto, perdendo até minhas esperanças de conseguir sair de casa escondida.
— Quem era a piranha? — questiono assim que ele volta para o quarto.
— Não é uma piranha, ela é da faculdade. — dá de ombros.
— E venho aqui em casa para recuperar matéria né? — debocho.
— Biologia. — brinca.
— Claro, você faz administração, mas iria ajudar ela em biologia.
— Para você ver como sou uma alma caridosa! — ironiza.
— Não gostei dela! — declaro.
— Eu percebi.
Rolo meus olhos o vendo tirar a camiseta e deitar na sua cama, sorrio em sua direção e me encaminho para o seu lado, deitando no seu peito e recebendo um beijinho na minha testa.
— Você estava fazendo o que aqui?
— Queria ver o Mason. — revelo.
— Ia sair de casa pelo meu quarto? — estranha.
— Pela árvore. — aponto para a janela.
— Faz anos que você não faz isso, que eu não faço isso! — me olha sério.
— Eu preciso ver ele, Carl!
Meu irmão suspira e me aperta entre seus braços como se eu fosse um bebezinho inofensivo que precisa de proteção.
— Amanhã eu te levo para ver ele. — propõe.
— Não, eu quero ver ele agora! — afasto um pouco nossos corpos apenas para fazer um biquinho idiota que sempre convencê ele e o Masi.
— Nosso pai está acordado, não tem como sair agora. — me lembra.
— Esse é o momento que nós saímos pela janela. — sorrio.
— Você vai se machucar e depois ficar chorando, nem pensar.
— Por favor? Por favorzinho? — beijo seu rosto.
— Cathe...
— Eu juro que nunca mais te incômodo! — minto.
— Até parece que você consegue! — debocha.
— Maninho! — beijo seu rosto — Por favor!
Carl resmunga alguma coisa e eu sei que já consegui o que eu queria.
— Tá. — bufa emburrado.
— Você é o melhor irmão do mundo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Regra N°1 [EM REVISÃO]
Teen FictionObra registrada e com provas do bug do wattpad, ou seja, ganhará processo a pessoa que plagiar! "Regra n°1: nunca nos apaixonar!" "Regra n°2: não deixar isso acabar com nossa amizade!" "Regra n°3: nunca deixar ninguém além de nós saber!" "Regra n°4:...