Capítulo quarenta e um

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O balanço vermelho do parque perto de casa sempre foi meu refúgio, a tinta desgastada no assento de madeira, as correntes levemente enferrujadas e a terra abaixo dele, pois é quase impossível crescer grama onde as crianças dão impulso para se bala...

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O balanço vermelho do parque perto de casa sempre foi meu refúgio, a tinta desgastada no assento de madeira, as correntes levemente enferrujadas e a terra abaixo dele, pois é quase impossível crescer grama onde as crianças dão impulso para se balançarem.

Sento-me sobre o pequeno pedaço de madeira e observo como meus pés agora encostam no chão, a gangorra ao lado está ocupada por dois meninos pequenos, suas mães estão conversando sobre uma toalha xadrez, típico clichê de infância.

Meu celular toca no bolso da minha calça e eu o pego vendo uma foto minha e de Mason sorrindo, ignoro sua chamada e fecho os olhos me perguntando por que estou sentada no balanço do pensamento.

— Por que eu conseguia saber que você estava aqui?

A loira senta no balanço ao lado, a cor da tinta que passaram é de um azul desbotado com as mesmas correntes enferrujada.

Prefiro ignorar sua pergunta dando impulso com os pés e sentindo o vento leve bater em meu rosto, meus cabelos voam no ar e me permito sorrir com o pequeno feito.

Minha melhor amiga faz o mesmo que eu e se balança com o mesmo entusiasmo.

— Eu quero contar para o Mason.

Deixo minhas pernas espixadas e espero os movimentos se tornarem mais lentos e acabarem pausando, Cecília trava seus pés no chão, enquanto levanto do meu espaço de paz e caminho tranquilamente para longe dali, longe dela.

— Você não pode contar para o Masi — seus passos estão logo atrás de mim —, você sabe como ele é.

— Como ele é? — viro-me ficando na sua frente — Ele é meu melhor amigo Cecília, como você acha que eu fico toda vez que o olho nos olhos e escondo que tive algo com Hugo? Como você acha que eu me sinto sabendo que ele acha que eu passei a noite com Gustavo e acumula até hoje uma raiva pelo loiro?

— Gustavo concordou em não desmentir aquilo!

— Eu perdi minha virgindade com o Hugo, Cecília! — elevo minha voz — Eu não posso mudar isso.

— Você não pode mudar isso, mas pode influenciar o Mason a continuar gostando do Hugo pela omissão dos fatos.

— Eu não julguei você por ter desaparecido aquela noite Cecília, não julguei você por ter saido para a puta que pariu atrás de Maurício que nem sabia da sua existência, então eu te pergunto — pauso —, por que toda vez que entramos nesse assunto, você me encara com seus olhos acusatórios e sempre prefere esconder os verdadeiros fatos?

— Eu não te julgo, Catherine! — sua voz sai desdenhosa — Só não consigo entender o porquê dentre todos os garotos daquela festa, você foi parar justo nos braços de Hugo.

Eu sei o que ela está fazendo, Cecília é a porra de uma vaca traiçoeira, mas é a merda da minha melhor amiga e, amiga de Gabi, Gabriele Baker é completamente apaixonada por Hugo Ashton.

— Ele chegou em mim, Cecília! — começo — Não tem um porque exato de eu ter parado na cama com Hugo, eu estava sozinha na festa do Diego, Mason tinha saído para comer alguma garota, você tinha desaparecido atrás de Maurício, as meninas estavam dançando feliz, Diego estava vendo como a festa fluía e Hugo estava ali, confiante, bonito. Eu não sei se foi carência ou se foi algum sentimento reprimido que eu nem sabia que existia, só sei que ele não precisou de muito para me fazer sentir desejada, foi algumas cantadas e pufff! — seus grandes olhos piscam enquanto eu lembro-me daquele dia — Estávamos nos beijando, puff, ele estava em cima de mim e eu estava perdendo a virgindade com Hugo, não foi nada programado, aconteceu.

A loira nega com a cabeça, fazendo seus cabelos balançarem chamando minha atenção.

— Você sempre soube de Gabi — todas as acusações reprimidas expostas na voz —, sempre soube dela, mas mesmo assim, nem lembrou de sua existência naquele dia.

— Você acha mesmo que eu ia lembrar de qualquer coisa naquela hora?

Abro a boca indignada com o modo que ela me acusa, eu não lembrava nem qual a merda eu queria da vida naquele dia, eu só queria conseguir esquecer que o Mason desapareceu da festa com uma puta garota linda.

— Eu realmente não quero falar sobre isso com você, não agora. — respiro fundo — Eu vou até o Mason e dizer o que aconteceu naquele dia Cecília, com o seu apoio ou não.

— Pare! Pare agora de tentar me fazer sentir culpada! — ela junta suas mãos — Eu sempre te apoiei Catherine, entretanto muita coisa mudou desde que descobri de sua traição para com Gabi, quem me garante que amanhã você não vai fazer o mesmo comigo?

Nunca fui uma pessoa ligada a violência, sempre repudiei qualquer ato desses, porém não me arrependi nem um pouco assim que minha mão encostou com tudo na bochecha branca de Cecília.

Seus olhos claros se arregalaram e ela levantou suas mãos as levando até seu rosto, sua face branquinha rapidamente se tornou vermelha e eu percebi o que tinha feito, eu dei um tapa na minha melhor amiga.

Merda! Eu dei um tapa na minha melhor amiga!

— Nunca... Nunca mais insinue isso!

— Você... Você me bateu? — ela parece ainda mais chocada que eu.

— Eu... — abro e fecho minha boca duas vezes antes de concluir — Não se aproxime de mim!

Corro de perto dela, as ruas de Velmon são lindas e antigas com uma linda arquitetura vintage demais para que eu não ame minha cidade, as ruas não são todas asfaltadas, algumas ainda tem pedras desregulares e é nessas pedras que eu tropeço, caindo igual fruta madura no chão.

O solo se encontra com meu corpo ao mesmo tempo que as lágrimas se acumulam em meus olhos.

Foda-se essa merda! Foda-se que eu tenha perdido minha virgindade com Hugo! Eu só quero o Mason comigo, de preferência, agora!

Foda-se essa merda! Foda-se que eu tenha perdido minha virgindade com Hugo! Eu só quero o Mason comigo, de preferência, agora!

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Nota da autora:

Dois capítulos a três capítulos antes da revelação! (Imaginem que eu estava cantarolando)

Regra N°1 [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora