Regra N°1 [EM REVISÃO]

Capítulo quarenta e cinco

Escorro-me na porta e fico olhando Catherine cortando cebola e papai mexendo na panela, nenhum dos dois tinha reparado na minha presença, pareciam concentrados demais em terminar nosso almoço para repararem que eu tinha finalmente acordado.

— Mas o senhor já gostava dela então? — minha menina pergunta.

— Eu sempre amei Camila, só que ela realmente não me dava atenção!

— Aí o senhor resolveu começar a implicar com ela? — vira-se para ele — Por que não abriu seus sentimentos por ela?

— Por que você nunca disse teus sentimentos pelo meu filho? — rebate sua pergunta.

— Mas eu...

— Por esse motivo que eu nunca falei com a Camila, eu também não sabia. — Seu Rian da de ombros, deixando Catherine de boca aberta.

— Vocês sempre souberam né? — ela encara ele — Sempre souberam que eu sou louca por ele?

— Ninguém tinha certeza de nada, até você ficar brigada com Helga por causa do meu filho.

— Eu não fiquei brigada com ela! — se defende.

— Não? — acabo de saber de quem eu puxei o deboche — Você evitou as nossas reuniões e proibia o Mason de aparecer também, sempre inventando um filme para verem!

Lembro do fim do ano passado, não sei porque cargas d'águas Catherine e Helga tinham brigados, nossa família inventou um boato que Helga tinha comentado sobre um possível interesse em mim, eu não me importei muito, apesar de estranhar algumas cantadas que recebia dela.

— Pode ser que eu tenha ficado com ciúmes de Helga. — admite.

Meu pai da risada e a puxa para o meio de seus braços, dando um beijinho em seus cabelos carinhosamente.

— Ele também gosta de você! — fofoqueia — Acredito que a mais tempo do que você imagina e que ele acha.

Percebo que está na hora de aparecer assim que os olhinhos azuis que tanto amo, está focado em meu pai, esperando que ele conte o que sabe.

— Pai do céu! — chamo a atenção de ambos — O senhor é louco de trazer a Cathe para a cozinha?

— Deixa de ser ridículo! — ela se solta de papai e volta a cortar cebola emburrada.

Meu pai nega com a cabeça e resolve me ignorar, como se soubesse que eu estava por perto desde sempre.

— Eí, minha gatinha! — abraço o corpo pequeno de Catherine — Caiu da cama?

— Alguém tinha que cair né? — debocha de meu rosto inchado.

— Você não devia estar na escola? — debocho na mesma medida.

— Reunião do concelho! — mexe em seu narizinho, sinal claro de que está mentindo.

— Sei! — beijo seu ombro, logo sussurrando em seu ouvido — Você trouxe a mochila e tua farda, mentirosa!