Capítulo cinquenta e oito - Jake

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Sempre achei incrível como fazem textos e mais textos falando do amor de mãe, é lindo, é maravilhoso, é eterno. Porém acho uma injustiça tamanha, como ninguém comenta o amor de um pai por seus filhos.

Quando Fernanda engravidou, céus, eu fiquei louco, parece que tinha acabado de levar um banho de água fria e que eu não ia saber lidar com essa nova responsabilidade, entretanto, era eu que acordava de madrugada, era eu que trocava fraldas nos primeiros meses quase que seguido.

Fernanda não estava preparada para ser mãe, assim como eu nao estava preparado para ser pai, mas eu consegui ultrapassar o medo e dei o meu melhor, foi uma pena ela ter entrado em depressão pós-parto com o nascimento de nossos dois filhos, porém isso foi uma barreira quebrada dentro de mim.

Assim que eu peguei o nosso pequeno Carl no colo, eu não sabia o que fazer, ainda mais depois de ter sido criado por seu Liam e dona Christy Baker, eles não se importavam comigo ou com Mike, para dizer a verdade, até hoje não entendo o porquê eles quiseram filhos, mas assim que aquele pequeno bebê vestido de azul se aninhou em meus braços, eu sabia que daria o mundo para ele, ele era o meu mundo.

Ninguém imagina a surpresa que tivemos ao descobrir que Fernanda estava grávida novamente, Carl já estava com seis anos quando ela engravidou de Catherine, Nanda tinha finalmente conseguido sair com êxito de sua depressão e estava dando a devida atenção ao nosso garoto, em um descuido, tudo ruiu.

Ela tinha tomado antibióticos que "eliminavam" a proteção da pílula e nenhum de nós dois sabia disso. Lembro dela me culpar por isso estar acontecendo, mas toda pessoa casada sabe que é meio difícil você usar a porra da camisinha quando se está casado.

Nove meses depois, a segunda razão do meu viver nasceu, pequena como só ela, igualzinha a mim, os mesmos traços, a mesma cor de cabelo, porém tinha uma diferença, com certeza aquele mar azul revolto na sua íris não era minha, ela tinha puxado os olhos de Fernanda, os mesmos olhos que me encantaram na enfermaria da escola.

O amor foi instantâneo, não só o meu como o de Carl também, não saberia dizer quem se encantou mais com ela, entretanto novamente eu estava sozinho com um bebê, Fernanda teve uma recaída e novamente entrou em depressão.

Minha esposa nunca disse com palavras, mas eu sabia que a grande razão dela ter esse distúrbio era sua família, meus sogros eram pessoas horríveis, eles não davam atenção para a mulher incrível que sou casado e ela estava com medo de ser igual a eles, porém não percebia que daquele jeito ela era a cópia exata deles.

Foram longos três anos cuidando de Catherine sozinho, nossos amigos me ajudaram, Deus sabe como sou agradecido por cada um deles, mas quando era madrugada, eles não estavam lá, era eu sozinho com duas crianças.

Pisco meus olhos com a lembrança daquele tempo e diminuo a velocidade do carro, eu ainda não tinha certeza de que estava certo, porém tudo estava indicando que estava.

– Tá bem papai? – minha garotinha pergunta.

Papai! Eu era papai de uma adolescente e de um homem agora, continuava com o pensamento de dar o mundo para eles, mesmo sabendo que eles lutariam por si só por isso.

– É claro que está, Catherine. – Carl diz bravo.

– Não fale nesse tom com sua irmã. – advirto.

As ruas são esburacadas e as casas desgastadas, velhas e feias, passávamos por um bairro pobre de Velmon, Carl estava ao meu lado me instruindo para chegarmos a uma boca de fumo, isso mesmo, boca de fumo.

Catherine tinha me revelado coisas que haviam me deixado desconfiado de Hugo e era por causa disso que tirei Carl da cama e agora estávamos os três dentro do carro procurando alguém que vendesse droga.

– O senhor não nos disse por que quer drogas...

Ignoro minha filha e paro na frente da casa que meu filho aponta.

– Fiquem dentro do carro! – mando.

Carl ainda abre a boca para protestar, porém para antes ao ver que não estava em pauta se ele iria ou não.

Fazer os caras feias me venderem droga não foi difícil, a maior dificuldade foi explicar o tipo de droga que eu queria, mas acabou dando certo, pois eles venderam e ainda lucraram bastante com minha total falta de noção.

No caminho de volta para casa só paramos uma vez, nessa única parada, Carl comprou as bebidas que são tomadas nas festas de Diego e se não fosse por uma causa muito importante, certamente não teria comprado tudo isso, puta que pariu, bebida é cara!

– Quando que o senhor vai explicar o que pretende? – minha bebê pergunta.

Sorrio pelo espelho do carro na sua direção e ignoro a pergunta novamente, fazendo meus dois filhos bufarem irritados, eles eram muito parecidos comigo.

– Onde vocês estavam?

É a primeira coisa que minha doce esposa pergunta ao entrarmos dentro de casa, seus braços estão cruzados e sua expressão facial não é nada boa.

– Papai que nos levou! – Carl aponta o dedo indicador na minha direção se tremendo todo.

– X9! – Catherine e eu sussurramos.

Fernanda me olha em desafio e eu sorrio nervoso, não poderia lhe explicar agora, por enquanto eu estava apenas desconfiando de Hugo, não tinha certeza de nada, não poderia lhe contar, minha mulher é dramática demais, escandalosa demais, tenho certeza que se lhe contar, ela vai colocar direto no grupo da família e aí fodeu!

– Coisas de um pai paranoico. – respondo por fim sorrindo – Catherine, Carl e eu vamos ir mais tarde na casa do Noah, será que você pode ir indo na frente?

– O que estão aprontando? – pergunta desconfiada.

– Não é nada, mãe. – Cath sorri.

Os olhos claros de minha mulher se estreitam na minha direção em uma clara evidência de que teria de lhe contar tudo depois e eu afirmo, não vou lhe esconder nada.

– Vou indo então. – declara por fim.

Vejo a loira mais linda que conheço sair de casa e encaro meus dois filhos, Catherine está com um sorrisinho preenchendo seus lábios e Carl com a mesma cara de sempre, a de tédio.

Não sabia o que aconteceria caso estivesse certo, mas somente a dúvida disso já estava me corroendo por dentro, espero sinceramente que a porra do Hugo não tenha dopado a minha filha!

Não sabia o que aconteceria caso estivesse certo, mas somente a dúvida disso já estava me corroendo por dentro, espero sinceramente que a porra do Hugo não tenha dopado a minha filha!

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Espero que tenham gostado do capítulo do tio Jake!

O que acharam?

Meme da história kkkkk

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