Regra N°1 [EM REVISÃO]

Capítulo catorze

Anoto tudo o que acho interessante da palestra sobre o novo sistema do e-Social para empresas e avalio bem o palestrante, ele deve ter a idade de nossos pais e parece cansado enquanto fala sobre como fazer o Cadastro.

— Agradeço a atenção de vocês para esse velho chato. — ele comenta fazendo todo mundo rir — E espero que vocês tenham entendido como esse novo sistema funciona e facilita para os empregadores e seus empregados, tenham uma boa noite!

O coordenador da faculdade nos dispensa depois de uma salva de palmas para o palestrante e eu me retiro do auditório conversando com Maurício.

— Você deve estar vendo coisa. — comento.

— Ele está abatido sim, olha a cara de Hugo, parece que acaba de levar um toco de uma garota.

Observo nosso amigo ao lado de Diego e ele está completamente alheio ao papo de meu "cunhado" e de seu primo.

— Tá bom, ele não está normal mesmo. — admito.

— Será que perguntamos o que houve?

— Claro que não, se ele quisesse falar, ele falava.

Escorro-me na parede, enquanto Maurício continua de olho em seu irmão, os dois eram diferentes de personalidade, mas de fisionomia eles tinham algumas semelhanças.

— Você acha que tia Camila e o tio Rian não quiseram mais ter filhos ou não conseguiram mais depois de você?

Pisco meus olhos tentando entender da onde surgiu essa dúvida em meu melhor amigo, não que isso já não tivesse passado por minha cabeça, porém sabia que meus pais até tentaram ter mais filhos, mas depois de uma perda com três meses de mamãe, eles decidiram não se arriscar mais.

— Eu teria um irmão ou irmãzinha, mas mamãe perdeu o bebê quando tava com três meses.

Minha revelação pega meu amigo de surpresa e eu tenho certeza que ele achava que eles só não tiveram mais por minha causa.

— Quando éramos menores, nunca entendia o porquê de você não ter irmãos igual nós.

— Eu também.

Eu pedi por anos para que meus pais me dessem irmãos, nunca entendia o porquê de ser o único sozinho, eu não queria aquilo, enquanto eu voltava para casa somente com meus pais, os outros tinham seus próprios irmãos para que pudessem brincar, eu tinha que ficar sozinho, brincar sozinho.

— Mas pensa pelo lado positivo.

— Que lado positivo? — ironizo.

— Você não vai precisar se preocupar com dividir herança, não vai ter ninguém te incomodando, essas coisas.

Sorrio com as opções idiotas que ele dá, mas acabo concordando, desbloqueio meu celular vendo a foto de Catherine distraída no aniversário de Cecília, ela estava linda.

"Levando em consideração que somos namorados, você tem que me dar presente dos dias dos namorados né?"

Nego com a cabeça pensando no que eu posso lhe responder, já que com toda a certeza eu vou lhe presentear com alguma coisa.

— O que você acha que eu tenho que dar para a Cathe? — pergunto para Maurício.

— Dar? Você vai dar alguma coisa para ela? Por quê?

— Sim né Maurício! Daqui dois meses é dia dos namorados, eu tenho que presentear minha namorada né?

— Da uma caixa vazia na frente da família, só para acharem que você deu alguma coisa e deu, não é como se você realmente tenha que dar algo para ela.

— Deixa de ser mão de vaca Maurício, é só um presente, Catherine nem é chata para isso.

— Vocês estão levando isso muito a sério, por favor, estão fingindo um relacionamento, vocês não estão realmente namorando.

— Mesmo assim, você não ia achar estranho eu não dar nada para ela, se não soubesse?

— Por isso que eu falei sobre a caixa vazia, ninguém vai desconfiar.

"Maurício e eu conversamos, vou te dar uma caixa vazia."

"Vai tomar no cú, Mason!"

— Ela não gostou da ideia. — comento mostrando sua mensagem para ele.

— Catherine está insuportável ultimamente.

Sinto vontade de esganar Maurício só por chamar minha menina de insuportável, insuportável é ele.

"Eu só queria te contar, que comprei uma lingerie do jeito que você gosta, toda rendada e da sua cor favorita!"

— Olha o que a Giovana mandou.

Maurício assobia assim que ela mostrou sua mensagem e na mesma hora aparece uma foto sua usando as peças íntimas, puxo rapidamente o celular de perto dele e apago a foto antes que qualquer outra pessoa veja, Giovana só pode estar louca de mandar uma foto dessas para outra pessoa.

— Ela está apostando tudo em você em gatão!

— Há há há! Você está engraçadinho hoje.

— O que? Vai dizer que não vai ir lá?

— Eu prometi para Cathe que não ficaria com ninguém, fora que Catherine deu uma prensa nela aquele dia da festa.

— Como assim? — ele não consegue disfarçar a excitação de curiosidade.

— Ela disse para Giovana que sabia de nosso "envolvimento" e que não voltaria a acontecer, não enquanto estivéssemos namorando.

— E a loira?

— Levou aquilo para o pessoal e não para de me mandar mensagens como essas.

— Você está fudido!

— Nossa Maurício! Eu não tinha reparado nisso ainda. — debocho.

Quando nossas aulas acabaram, eu e Maurício fomos para casa e qual a minha surpresa de quando chegar no meu quarto encontrar minha melhor amiga deitada na minha cama dormindo.