laços reais ✨• leozin mc

23 ✨

Nathalia 🥀

Fabrício, obviamente não ficou nada feliz quando falei que ia descer pra conversar com o Léo. Eu entendia ele, Leonardo foi um otário, mas ele jurou que não ia mais tirar o Miguel de mim, desde que eu fosse até lá falar com ele. Fabrício desceu com a gente, mas ao invés de sair pra portaria, foi até o estacionamento. Atravessei a rua com o Miguel no colo e quando fui entrar no carro, vi o carro do Fabrício sair da garagem.

— Ótimo - Digo entrando no carro.
— Era o Fabrício? - Leonardo pergunta.
— Aham - Me viro e coloco Miguel no banco de trás e dou um carrinho pra ele brincar.
— Quer ir pra algum lugar? - Me olha.
— Não, vamos conversar aqui mesmo - Olho pra rua.
— Primeiro, me desculpa - Fala - Eu fui um babaca, idiota, escroto, um merda, um...
— Eu sei tudo o que você foi - Seguro o riso - Não precisa me lembrar.
— É, cê sabe - Ri - Mais sério, me desculpa mesmo, foi um puta de um vacilo e eu juro que nunca mais vou nem cogitar a opção de tirar o Miguel de você.
— Porque cê mudou de ideia? - Olho pra ele.
— Porque eu... fiquei mal por te ver chorando daquele jeito - Me encara -  Me senti um escroto.
— Uau - Ri - Foi bem inesperado... Mas eu queria te pedir desculpa por ter gritado com você, foi mal mesmo.
— Tá tudo bem, você ainda foi bem tranquila - Rimos - Mas eu não vim só por isso, nós temos um problema.
— Lá vem - Volto a olhar pra rua.
— Minha mãe... A gente meio que discutiu e ela disse que vai adiante com o processo, mesmo que eu não concorde.
— Ela pode? - Olho pra ele novamente e sinto que ia chorar a qualquer minuto.
— Pode - Suspira - Ela é avó e se achar que você e eu não temos condições de cuidar do Miguel, ela pode conseguir. Ela pode alegar que você escondeu ele da gente e tal e que eu sou um merdinha drogado que não posso cuidar do Miguel, então ficaria entre ela e sua mãe e como a sua mãe sabia da história toda, tecnicamente mentiu também.
— Que droga, não acredito nisso.

Leonardo ⛈️

Ela começou a chorar e mais uma vez eu me senti mal. Eu não ia chorar, mas tava entendendo como aquilo era foda, saber que alguém quer tirar seu filho de você, porra. Puxei ela pra perto e a abracei de lado. Ela continuou chorando e eu só queria que parasse, era muito ruim ver ela daquele jeito. Eu gostava muito da Nathalia, ela era uma das minhas melhores amigas, uma mina firmeza e agora mãe do meu filho, uma mãe foda por sinal, ela não merecia ficar daquele jeito.

— Não chora Nath, na moral - Digo e beijo a cabeça dela.
— Léo, eu não posso perder o Miguel, ele é tudo que eu tenho.
— Eu sei e você não vai perder ele - Ergo o queixo dela pra que ela me olhasse - Não se preocupa, não vai acontecer nada, cê não vai perder ele.
— Mas...
— Confia em mim - Olho nos olhos dela - Eu não vou deixar isso acontecer, não se preocupa.
— Eu... ãn...
— Shiii.

Me aproximei dela, não foi muito já que estávamos bem perto, mas o suficiente pra sentir a boca dela encostando na minha. Ela fechou os olhos, então fiz o mesmo. Estava pronto pra beija-lá, quando ela se afasta.

— Desculpa... A gente não pode fazer isso.
— Porque não?
— Porque eu namoro - Diz como se fosse óbvio - Por favor, fala com a sua mãe.
— Eu vou falar, relaxa - Digo.
— Melhor eu subir, a gente ainda não jantou.
— Ah, tá bom.
— Você comeu?
— Não, vou pedir quando chegar em casa - Olho as horas e vejo que são quase nove da noite.
— Vamos subir então, janta aqui.
— Mas e o Fabrício?
— Ele não deve voltar pra casa - Se estica e pega o Miguel - Quando a gente briga, ele dorme nos pais dele.
— Ah... Vou subir então - Digo e nós rimos.

Descemos do carro e subimos pro apartamento. Nathalia foi pra cozinha e eu sentei com o Miguel no tapete pra brincar e assitir desenho. Por alguns instantes, eu fiquei imaginando como seria se eu soubesse desde o início. Como nós estaríamos se ela tivesse me contado sobre a gravidez e a real era que eu queria que fosse exatamente do jeito em que nós estávamos ali. Ela conversava comigo sobre coisas aleatórias fazendo alguma coisa pra gente enquanto eu brincava com o Miguel ou ajudava ele com as lições de casa. Eu nunca me senti pronto pra ser pai, achei que não tinha nascido pra isso, mas ali, sentado naquele tapete eu percebi que realmente, aquela era a vida que eu queria.
Me levantei do tapete e fui até a cozinha.