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3 dias depois.📅

— Obedece a titia, tá? - Nathalia fala se abaixando pra ficar com o Miguel.
— Você vai demorar? - Pergunta emburrado.
— Só um pouquinho - Abraça ele - Mamãe te amo muito, tá?
— Quero ir com vocês mamãe - Ele começa a chorar e eu sabia que ela ia chorar também.
— Não pode - Falo me abaixando também - Mas quando a gente voltar, papai vai te levar pra tomar sorvete, você quer?
Não, quer ir com vocês.
— Ô meu filho, não pode - Ela diz segurando o choro - É coisa de gente grande.
— Eu já sou gande mamãe.
— Mas é pra gente mais grande que você - Explica.
— Miguel, a tia comprou uva pra você - Eloá diz tentando chamar a atenção dele - E daqui a pouco o tio Thiago vai chegar.
— Ele vai bincar comigo? - Olha pra ela.
— Vai, bastante - Sorri.
— Minha mamãe vem me buscar daqui a pouco?
— Mais ou menos, mas se você não deixar ela ir, alguém vai brigar com a mamãe.
— Quem? - Pergunta assustado.
— Um homem malvado.
— Papai, não deixa o homem malvado brigar com a mamãe não - Me olha.
— Não vou deixar - Sorrio - Mas agora você tem que deixar a gente ir, você deixa?
— Deixo, mais não pode demorar.
— Tá bom - Ri.

Nathalia abraçou o Miguel novamente e quando se afastou eu fiz o mesmo. Nos despedimos da Eloá e seguimos pro Fórum.
Hoje era o dia e apesar de querer manter a calma por causa da Nathalia, tava difícil. Essa madrugada eu acordei e ela não estava do meu lado, então fui procurar e ela estava sentada ao lado da cama do Miguel, chorando sem parar enquanto ele dormia e aquilo acabou comigo. Ele também já tinha percebido que alguma coisa estava errada, só não sabia o que era e de vez em quando a gente pegava ele olhando pra Nathalia e chorando sem motivo algum e estava com dificuldade de ficar longe dela, mesmo que fosse só pra tomar banho.
Eu estava com uma idéia absurda na cabeça e depois de conversar com a Helena, ela disse que não era aconselhável que eu fizesse, porque poderia complicar ainda mais a situação, mas ou era isso ou correr o risco de ficar sem meu filho e isso não era uma opção a se considerar.

•••

Parei o carro no estacionamento e assim que descemos, os pais dela e a Helena se aproximaram. Nathalia e Luciana se abraçaram e ela chorou mais e era foda ver ela daquele jeito. Eu também estava com medo, também estava preocupado, mas não se comparava ao que ela tava sentindo e eu sabia disso.

— Sua mãe já chegou - Helena diz - Com quatro advogados.
— Quatro? - Nathalia se afasta da mãe e nos olha - Ela pode ter tudo isso?
— Pode ter quantos ela quiser - Fala - Dois deles eu conheço, são medianos, mas já ganharam casos importante.
— Meu Deus - Chora de novo.
— Amor, na moral, para com isso - Me aproximo e abraço ela - Vai ficar tudo bem.
— E se dessa vez sua promessa for quebrada? - Apóia o queixo no meu peito e me olha ainda chorando.
— Se depender de mim, não vai - Sorrio fraco pra ela - Por favor, não chora, tá acabando comigo.
— Desculpa - Pede - Mas se acontecer alguma coisa lá, não se culpa, eu sei que você tá dando seu máximo, tá brigando contra a sua mãe e tal, a gente vê o que faz.
— A gente vai ficar bem, tô sempre com você, pra tudo - Dou um selinho nela - Te amo, muito.
— Também te amo - Sorri fraco.
— Então vamos entrar? - Helena fala - Eles tem observadores até na área de espera, pra observar o comportamento dos envolvidos no caso e é fundamental que vocês mantenham a calma e não ataquem a Liliane.
— Vou tentar me controlar - Luciana diz e nós rimos.

Seguimos pra dentro do prédio e assim que chegamos na sala de espera, vi minha mãe e os advogados. Ela me olhou nos olhos e parecia estar tranquila com o que estava acontecendo, era como se ela tivesse certeza de que ia ganhar a causa e aquilo estava me preocupando mais ainda.

— Caso 734, Miguel Nogueira - Uma mulher se aproxima - Apenas os intimados e os advogados podem entrar.
— Espera, eu não posso? - Olho pra Helena.
— Parece que não - Espera aqui.

Ela se aproximou da mulher e começou a falar algumas coisas enquanto apontava pra mim. A mulher respondeu algo e virou as costas, seguindo pra dentro da sala onde ocorreria a audiência e deixou a porta aberta pra que entrassem, então Helena voltou até nós.

— Léo - Suspira - Sua mãe pediu que fosse uma audiência privativa, somente com ela, os advogados, Nathalia e eu... Como você não tem nome nos documentos do Miguel, juridicamente não é considerado pai dele.
— Ela não fez isso - Sinto meu sangue ferver e encarei minha mãe que sorriu cinicamente antes de entrar na sala.
— Calma - Nathalia pede, mas era óbvio que ela estava tão nervosa quanto eu.
— Mano, ela fez de propósito, não me quer ali porque sabe que só eu posso bater de frente com ela.
— Provavelmente é por isso mesmo - Helena diz - Mas agora nós precisamos entrar.
— Olha pra mim - Pego nas mãos da Nathalia e ela me olha - Não se deixa levar pelas coisas que ela fala, você é uma mãe incrível e não vamos deixar ela tirar o Miguel da gente, eu vou pensar no que fazer e...
— Me promete que não vai fazer nenhuma loucura.
— Amor ...
— Pode ficar tranquila.
— Eu te amo - Me abraça.
— Também te amo - Beijo a cabeça dela - Vai dar tudo certo, a gente vai sair daqui e buscar o Miguel na Eloá pra comemorar, cê vai ver.
— Espero que sim - Sorri fraco.

Observamos eles entrarem na sala e assim que a porra se fechou, senti algumas lágrimas escorrendo no meu rosto, mas eu as limpei rapidamente e me juntei aos pais dela, então Luciana estendeu a mão pra mim e quando segurei, ela começou uma oração e rapidamente eu a acompanhei mesmo sem lembrar direito como se rezava, nos meus pensamentos eu pedia pra Deus, pra que desse tudo certo.

[ ... ]

Se tiver bastante comentário, eu posto outro antes das 10:00 da manhã kkkk (provavelmente mais de madrugada)

laços reais ✨• leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora