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* Já postei outros 3 capítulos hoje, volta aí pra ver se não perdeu.

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— Com fome mamãe - Miguel se aproximando das espreguiçadeiras.
— Eu também tô - Digo.
— Vão lá tomar banho que eu vou fazer um lanchinho pra vocês.
— Cê não quer ajuda? - Pergunto levantando e estendo a mão pra ajudar ela.
— Não, tá tranquilo.
— Então vamo lá tomar banho com o papai feio - Falo e a Nathalia ri.
— Ele não te chamou de feio, só disse que eu sou mais bonita que você.
Muito mais bonita - Dou ênfase.
— Papai é bonito, não é, filho? - Ela pergunta.
— É, mais a mamãe é muito, muito, muito bonita - Diz meigo.
— É, fazer o que, né? - Digo pegando ele no colo - Vamo lá, a gente já desce.
— Tá bom.

Entramos na casa e então subi com o Miguel em direção aos quartos. Assim que entrei no quarto em que ele ficava com a Camilla, ela se levantou rapidamente da cama e passou por nós, sem dizer uma palavra de quer, como se eu fosse me importar muito por ela estar chateada.
Entrei no banheiro com ele e dei um banho, então sequei e deixei em cima pra pegar uma roupa.

— Papai, o Pipi tá dormindo, ó.
— É, ele tá cansando - Digo escolhendo a roupa.
Purque ele dorme embaixo e não em cima?
— Embaixo? - Olho pra ele.
— É, ele tá deitado nas predrinha no fundo, ó.

Soltei a roupa no chão e me aproximei rapidamente, porque algo estava errado, peixes não dormem, ainda mais no fundo do aquário. Coloquei o dedo na água e mexi devagar, na esperança de que o peixe reagisse, mas nada aconteceu. Tirei o peixinho do aquário e coloquei rapidamente de novo e mais uma vez não teve qualquer reação. O Pip tinha morrido.

— Filho - Me viro de frente pra ele - É que...
— Você disse que não podia pegar ele no colo papai - Enfia a mãozinha no aquário e pega o peixe - Você pegou, eu também pode.
— Devolve ele pra água, devolve.
— Papai - Segura o peixe pela calda - Purque ele tá travado? Ele não mexe, ó.

Como eu ia explicar que o Pip morreu? Tirei o peixe da mão dele e coloquei de volta no aquário, na esperança de que talvez ele voltasse, mas realmente, já era. Enrolei o Miguel na toalha e peguei ele no colo, então saí do quarto e desci as escadas rapidamente, passando pela sala até a cozinha, onde Camilla e Nathalia estavam conversando.

— O lanchinho dos bebês tá pronto - Nathalia diz sorrindo.
— Mamãe, o Pipi não se mexe, tá durmindo um montão, né papai?
— Mor, o Pip ...

Não terminei a frase e na real nem precisei, ela já tinha entendido. Camilla também percebeu, pois tapou a boca numa expressão de total surpresa. Miguel nos olhava confuso, já que todos nós estávamos sérios e eu só tentava pensar em uma forma de contar pra ele.

— Tem certeza? - Nathalia pergunta.
— Absoluta, fiz de tudo e ele não... Reagiu.
— Ô meu Deus - Suspira fundo - Filho, vem com a mamãe.
— Já vai dar comida? Com muita fome mamãe - Estende os braços pra ir no colo dela.
— A mamãe vai vestir sua roupinha pra gente conversar um pouquinho, tá? Vamo lá, amor.

Ela seguiu em direção as escadas e eu fui atrás. Miguel estava falando alguma coisa aleatória, mas nem eu e nem ela não conseguíamos focar em nada. Ele adorava aquele peixe, conversava muito com ele e eu sabia que não tinha uma forma de contar, sem que ele ficasse mal.
Entramos no quarto e a Nathalia o sentou na cama e começou a vestir a roupa nele enquanto eu olhava pro peixe pra ter certeza mesmo de que ele tinha morrido.

— Ó lá mamãe - Miguel fala - Tá durmindo ainda, muito preguiçoso o Pipi, igual o papai.
— Filho, a mamãe quer conversar uma coisa com você - Senta na cama e pega ele no colo.
— Eu fiz baguncinha? - Encara ela.
— Não amor, não fez - Diz e percebi que ela ia chorar antes mesmo de falar.
— Cara, olha pro papai - Digo me aproximando e sento perto deles - O Pip vai dormir pra sempre agora.
— Pra sempre? Purque?
— Ele ficou muito cansado e agora precisa dormir muito.
— Acorda ele papai, ele tem que brincar comigo e comer a comidinha dele - Fala.
— Não dá - Olho pra Nathalia que estava com o rosto todo vermelho e molhado pelas lágrimas, mas estava segurando - Ele tem que dormir pra sempre agora.
— Mais papai... Quem dorme pra sempre, morre igual o papai do boi - Fala se referindo ao filme.
— É filho, o Pip vai descansar no céu com o papai do boi.
— Ele não vai acordar nunca mais? - Pergunta e o queixinho tremeu, ele ia chorar.
— Não - Suspiro.
— Mais purque? - Pergunta chorando - Eu fui um dono malvado pra ele?
— Não cara, não foi - Pego ele do colo dela e o abraço, então ele se agarra ao meu pescoço - É porque tava na hora dele ir.

Ele continuou chorando muito, assim como a Nathalia. Eu também queria chorar, meu coração tava doendo por ver os dois daquele jeito, mas eu precisava ser forte pra eles. Ela se aproximou e encostou a cabeça nas costas dele, então passei um dos braços ao redor dela enquanto o outro se mantinha abraçado nele e assim nós ficamos por longos minutos.

— Vamo lá comer o seu lanchinho? - Nathalia fala secando as lágrimas.
— Não quer, eu quer o Pipi - Fala chorando mais.
— E agora Léo? - Me olha e vejo que ela ia chorar de novo.
— Não sei - Suspiro.

[ ... ]

laços reais ✨• leozin mcOnde histórias criam vida. Descubra agora