laços reais ✨• leozin mc

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— Vamos? - Falo descendo as escadas com o Miguel no colo.
— Vamos - Nathalia se levanta do sofá - Camilla, pode ficar de boa o resto dia, tá? Só não te chamo pra ir, porque é uma coisa que eu quero fazer só com os dois.
— Tudo bem Nath, tranquilo - Sorri - Acho que vou descer nessa praia aqui perto, curtir o fim de tarde.
— Faz isso - Nathalia diz simpática - Até depois.
— Até.

Nathalia pegou uma bolsa com algumas coisas dentro e então fomos pro carro. Ela quis ir até uma praia fora da cidade, pra fazer o que ela queria e eu não fazia idéia do que era, só sabia que tinha que ser nessa tal praia que ela disse, mas estava feliz por ela ter mandado a Camilla ficar em casa e deixar esse tempo pra nós três aproveitarmos juntos.

•••

— É aqui - Fala indicando uma entrada na beira da estrada.
— É bem escondido mesmo, hein? - Digo rindo.
— Aham, pelo que eu li, só os moradores da cidade vem nessa praia por ser muito longe, os turistas não curtem.
— E aí a Dora aventureira resolveu que tinha que vir nessa? - Rimos.
— Exatamente.
— Não gosta da Dora - Miguel fala do banco de trás - Muito chata papai.
— Ninguém gosta dela - Falo e nós rimos mais.

Parei o carro e então seguimos a pé pra areia. Realmente, se tinha 10 pessoas ali, contado com a gente, era muito. A praia era enorme e super limpa, nada a ver com a que nós tínhamos ido antes, mas haviam algumas plaquinhas no chão, como num cemitério pra demarcar alguma coisa e aquilo me assustou.
Quando chegamos em um certo ponto, Nathalia soltou a bolsa e pediu que eu ficasse ali com o Miguel, então se dirigiu a uma espécie de cabine de informações e alguns minutos voltou, toda sorridente.

— É aqui mesmo.
— É aqui o que, maluca?
— Calma, vamo sentar - Diz rindo - Larga de ser apressado.
— Cê me deixou curioso o dia todo, lógico que vou apressar.
— Nasceu de sete meses?
— Não, nove, porque? - Pergunto confuso.
— Então, esperou nove meses pra nascer, pode esperar mais um pouco.
— Palhaça - Bagunço o cabelo dela e nós rimos.

Abaixei e peguei as toalhas pra forrar na areia, então sentamos. Ela tirou da bolsa, aquela caixinha de madeira que estava no nosso apartamento, três folhas e alguns lápis e canetas, então entregou uma pra mim e outra pro Miguel.

— Meu amor, faz um desenho bem bonito - Fala com ele enquanto apóia a caixa pra que ele desenhasse em cima.
— Tá mamãe - Pega um lápis de cor.
— Eu não sei desenhar não mor - Falo rindo.
— Você não vai desenhar - Se ajeita e me encara - Nós vamos escrever uma carta.
— Tá falando sério?
— Sim - Ri - Tá vendo essas plaquinhas no chão? São lotes, a gente compra um e enterra o que quiser neles e no nosso caso, vai ser isso. Uma carta pra gente do futuro.
— Que massa - Falo observando ao redor.
— Mas agora é a parte importante - Segura na minha mão - Isso não é só por nós, é pelos nossos filhos também. Daqui cinco anos, nós vamos voltar aqui e desenterrar as cartas e mostrar pra eles, Miguel já vai estar com sete aninhos, então já vai entender melhor as coisas.
— Tipo aquelas cápsulas do tempo que a gente faz na escola?
— Isso - Sorri.
— Então porque a gente não faz isso pra sempre? - Pergunto e ela me olha confusa - Tipo, já que você quer voltar daqui a cinco anos, vamo fazer de cinco em cinco anos, pra sempre.
— Pra sempre é muito tempo, amor.
— Não pra gente - Falo e ela sorri.
— Tá, mas e se a gente terminar?
— Você mesma falou que é pelos nossos filhos, essa vai ser aquela parada de tradição de família, saca? Se a gente terminar, vamos vir do mesmo jeito, porque é por eles, não só por nós dois.
— Incrível - Sorri - Eu topo.
— Mas sobre o que nós vamos escrever?
— Aí é com você - Vira de costas pra que eu apoiasse a folha nas costas dela enquanto ela apóia a dela na própria barriga e eu ri - Eu vou escrever como eu imagino a minha vida pra daqui cinco anos, um pouco da nossa vida como tá agora e vou dar meu chute final sobre o sexo do bebê.
— Acho que já sei o que vou escrever também - Pego uma caneta.
— Ótimo, então vamo lá.

[ ... ]

Vocês querem "ler as cartas"? Se a maioria quiser, eu posto elas no próximo capítulo, se não vocês esperam 5 anos pra ler ksksksk