Renascer

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As águas da parte sudoeste da costa, fronteira das regiões Sul e Oeste, que ficavam próximas da foz do Rio Vermelho, eram agitadas e cruéis com quem não sabia nadar.

E com Liang Yue, fraco e próximo da inanição, não fora diferente. Seu corpo fora jogado pela corrente até as águas mais caudalosas, aonde ia, lentamente, perdendo a consciência e puxado para o fundo.

Liang Yue, na semiconsciência em que estava, não viu a figura de uma garça, muito maior que as Garças Celestes, descer da lua. Suas penas eram mais alvas que a neve mais pura. Suas pernas douradas como o mais puro veio de ouro. Seu bico longo era prateado como a lua e seus olhos pretos como obsidianas.

A garça batera suas asas e um forte vento soprou nas proximidades, arrefecendo a tempestade, criando uma área ao redor dela de pura calmaria. Um facho de luz partiu dela e desceu até as águas, erguendo Liang Yue inconsciente. Agilmente ela o colocou em suas costas e começou a voar.

Voando como uma estrela-cadente, a majestosa ave partiu em direção ao extremo leste.


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Dor.

Ódio.

Remorso.

Tristeza.

E paz.

Paz por estar finalmente morto e esta fantasia infernal que sua vida tornou-se ser encerrada de vez.


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Quando estava sem sentir as dores no corpo, Liang Yue acordou, num mundo branco e infinito, sem sequer a noção de em cima ou embaixo, esquerda ou direita, atrás ou à frente.

Estava flutuando. Duvidava que estivesse vivo.

— Finalmente acordou. — disse uma voz feminina atrás dele.

Liang Yue se virou e se deparou com a mulher mais linda que já viu em toda a sua vida: um pouco alta, esguia até, vestia um quimono branco sem revelar muito com os botões feitos de prata pura. Usava um chapéu de palha baixo, cônico e largo, do tamanho da roda de uma carruagem, com um véu extremamente fino, pendurado na metade dianteira do objeto. Um segundo véu, que cobria a metade inferior do rosto da mulher, estava encostado em sua pele de jade branca, seguro por um delicado cordão de prata também pura. O quimono, ele notou agora, tinha mangas que terminavam em longas barras que quase tocavam o chão, possuindo um padrão de penas bordado numa seda de cor cinza-claro. Uma faixa azul estava segurando seus belos e alvos cabelos. Vendo o comprimento destes, Liang Yue viu que os pés descalços da mulher: estava descalça não porque queria, mas sim porque tinha os pés de uma ave.

Renascer de Um HeróiOnde histórias criam vida. Descubra agora