Testado pela Senhora

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Pouco depois que Liang Ru foi embora, Feng perguntou algo que o incomodava desde o dia anterior:

— Lorde Mestre, este rapaz é filho do seu amigo, o Lorde de Santuário morto pelas mãos do próprio filho?

— Sim, de fato. Mas este daí e a irmã são da segunda esposa dele.

— E ele veio sozinho? — perguntou Feng, ainda lutando para parecer inabalado. Só os deuses ouviam seu coração urrando "não esteja certo!".

— Não, ele veio com a mãe, a irmã e além de uma comitiva de servos e guardas. Mas por que a pergunta?

— Ontem vi a comitiva e acharia muito estranho algo daquele tamanho somente para uma pessoa. — Feng respondeu em seu melhor tom de neutralidade.

— De qualquer jeito, vamos todos almoçar juntos hoje: o Clã das Ondas Celestes, o Clã do Chifre de Prata e vocês dois, meus convidados. — o lorde anunciou animado: sempre que chegavam visitas, seu lado bonachão era exaltado. — Mas não se preocupem, Ayame e Rin devem estar terminando de se arrumarem. Se também me derem licença, tomarei um banho relaxante.

Deixados sozinhos, Long Feng — muito agitado internamente — e Kira — muito nervosa com a situação — ficaram ali, esperando por mais alguém fazer-se presente. E não precisaram esperar muito: uns minutos depois que o lorde saiu, suas filhas chegaram acompanhadas de uma terceira jovem.

— Bom dia, Irmã Júnior. Bom dia, Long Feng. — cumprimentou Ayame.

— Bom dia. — cumprimentaram Rin e a outra jovem.

— Bom dia, Irmã Sênior Ayame. Jovem Dama Rin, Jovem Dama visitante. — Kira cumprimentou de volta.

— Bom dia às Jovens Damas. — Feng cumprimentou com uma reverência profunda e educada.

— Senhoritas Ayame e Rin, quem seriam estes? — perguntou a jovem desconhecida.

— Esta é Kira, a outra aprendiz do meu mestre espiritualista. — disse Ayame gesticulando para cada um deles. — E este é Long Feng, um hóspede muito curioso da casa de Kira.

— Feliz em conhecê-los. — a jovem disse educadamente. — Sou Liang Hua, filha mais nova do Lorde Mestre de Santuário Terreno Liang Bao.

— Ficamos contentes e honrados em conhecer a Jovem Dama Hua. — Kira agradeceu por ela e Long Feng.

Um silêncio meio constrangedor pairava no ar quando Rin resolveu quebrá-lo:

— Long Feng, eu tenho uma nova disputa a travar com você. Ainda me deve pela última vez.

— Quando a senhorita quiser. — ele respondeu, arrancando um sorriso de Liang Hua.

— Se é assim, que você arque com as consequências. — Rin devolveu indo aos seus aposentos e retornando em seus trajes de combate. — Vamos agora para o pátio de treino de meu pai.

— Sugiro fazermos uma troca de golpes com nossas armas, como da última vez. — disse Feng, desistindo de tentar dissuadir a moça nobre da ideia do duelo. — Mas com uma condição de vitória: se um de nós der uma sequência de mais de dez golpes ininterruptos ou se encurralarmos o oponente, obtemos a vitória.

Meio inconformada, Rin aceitou a regra imposta por Feng: não sabia o quanto ele evoluíra, embora soubesse que ele e Kira saíram por uma quinzena para cultivarem em isolamento.

No mesmo pátio de treinos, Rin preparou-se num canto, ajustando umas últimas tiras de suas vestes, enquanto ele arrumava um ou outro botão da roupa. Havia duas marcas sobre as suas mãos que chamavam a atenção, mas era meio difícil para as espectadoras verem com perfeição o que era. De seu bracelete, Rin sacou um par de facões borboleta com a guarda em tema de flores, além de o metal receber um tratamento esmaltado verde e o cabo ser ornado em tons de amarelo.

Renascer de Um HeróiOnde histórias criam vida. Descubra agora