Pedidos e Escapadas

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Segundo o relato dado pelo mensageiro, a comitiva de Lady Okusame Megoyo fora atacada por criminosos e os guardiões de Lady Okusame foram rendidos e levados juntos. Os guardas que acompanhavam foram todos mortos.

— Eles deixaram algum bilhete ou algo tipo no local? — Feng perguntou curioso, fazendo-se notar ali.

— Não, Jovem Mestre. Por quê? — o mensageiro perguntou surpreso com a dúvida simples do jovem, que estava junto do lorde.

— Long Feng, você tem alguma ideia do que aconteceu com minha esposa? — perguntou o lorde, tão curioso quanto os presentes.

— Lorde Mestre, eu tenho uma única hipótese do que este grupo fez ou cogita fazer: extorquir Lorde Okusame para pagar o resgate do sequestro de Lady Okusame. — respondeu Long Feng, sério como se desse uma sentença de morte.

Praguejando, todos na mansão ouviram a explosão de fúria do Lorde de Nakatari.

— Lorde Mestre, este servo tem um pedido egoísta a fazer. — disse Feng.

— E qual seria?

— Permita que este servo acompanhe o Lorde Mestre. Este servo tem algumas habilidades que podem ser de ajuda na procura de vossa esposa.

Um momento de silêncio, o lorde perguntou novamente:

— Algo a mais para falar? — sua voz estava grave e cheia de preocupação.

— Acho que seria mais vantajoso para quem for junto deste servo que o grupo ao todo não ultrapassasse o total de cinco pessoas. Um grupo muito grande pode chamar a atenção de vigias, além de disparar possíveis armadilhas.

Fechando os olhos, Lorde Okusame começou a digerir as informações que Long Feng deu. Pensou no seu melhor plano de ação e começou a dar as ordens:

— Chamem Soon Kong imediatamente à minha presença! — sua voz trovejava pela casa principal. — Mensageiro, retorne ao local e dê a seguinte mensagem aos guardas que estão cuidando do local: "Lorde Okusame Ujiyasu está se dirigindo até aqui junto de dois homens de confiança. Estão todos proibidos de mexerem em qualquer coisa". Long Feng, você vem comigo, vamos aos estábulos.

— Pai, permita que sua filha o acompanhe. — pediu Rin logo depois dos servos e mensageiros partirem com suas ordens.

— Não. — respondeu Lorde Okusame. — Você e sua irmã devem ficar aqui e seguras até o nosso retorno com a sua mãe.

— Mas Pai... — Rin começou uma reclamação quando foi interrompida pelo pai.

— "Mas" nada! Faça como eu disse e fique quieta! — e ele saiu com Long Feng aos seus pés.

Parecia que o garoto tinha uma expressão de "sinto muito" em seu rosto quando Rin o viu seguindo seu pai.

"Sempre me subestimando..." ela pensou nervosa. Entrou na casa principal e Kin a chamou:

— Senhorita Rin, a Senhorita Ayame a aguarda em seu quarto. A senhorita a pediu que acompanhasse até o cômodo.

Com o pensamento de dúvida misturada com curiosidade, Rin foi surpreendida pela presença de Kira no quarto de sua irmã, assim como a visão de Ayame em seus trajes de combate.

— Irmã, o que significa isso? — perguntou desconfiada.

— Vamos com eles. — respondeu a mais velha.

— Mas o Pai... — ela estava tentando justificar-se, sendo novamente interrompida.

— Nosso Pai disse algo. — falou Ayame com seu melhor tom conspiratório. — Mas finjo que sou obediente. Saímos daqui a cinco minutos depois da saída deles.

— Por onde? — Rin perguntou curiosa quanto aos planos da irmã.

— Pela minha rota de fuga dos olhos do Pai. Ainda mais: Iguni, Kin e Gin irão conosco proteger a nós três.

— Eu também, Irmã Sênior? — perguntou Kira, surpresa com a resposta.

— Sim, Irmã Júnior. Não finja, eu consegui ver a sua ansiedade quando Long Feng saiu com meu pai.

Respondendo um "sim" muito baixinho, Kira ficou ali no quarto de Ayame junto das duas filhas do lorde e seus guardiões, aguardando a brecha para partirem. Os portões da frente foram abertos. Sons de cavalgada e elas viram os três homens saindo a galope para o local do ataque.


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Nos estábulos, Lorde Okusame estava terminando de se equipar. Um homem alto, forte, trajado com uma armadura leve e detalhada o aguardava.

— Soon Kong. — Lorde Okusame cumprimentou rapidamente.

— Irmão Mais Velho Soon. — Feng cumprimentou.

Soon Kong devolveu os cumprimentos.

— Lorde Mestre, quem virá conosco? — perguntou Soon Kong, curioso com o pequeno grupo.

— Apenas nós três, Soon Kong. Você por ser meu homem de confiança e Long Feng por suas habilidades.

— Não teremos problemas com tão pouca gente? — Soon Kong perguntou incrédulo. Ainda que tivesse noção da força de Long Feng, não vira as habilidades dele sendo testada pelo lorde e suas filhas.

— O Irmão Mais Velho não tem com o que se preocupar. Um grupo pequeno como o nosso dificilmente chamará alguma atenção dos tolos que fizeram o ataque.

Long Feng, diferente dos dois homens mais velhos, vestia-se com as mesmas roupas do dia. Um pouco sujas, mas ainda assim com aparência comum. Três servos trouxeram os cavalos selados e preparados para a viagem. O cavalo de Lorde Okusame era um garanhão alto — a cernelha tinha quase a altura do homem — e era de pelagem dourada. Parecia entender o humor de seu cavaleiro, agindo quase como um animal selvagem. Os outros dois cavalos eram mais calmos. O cavalo que Soon Kong usava era um animal grande, alto e musculoso para um cavalo simples. Long Feng o encarou e viu que era uma besta muito forte.

— Gostou do meu Corcel Negro, Irmão Mais Novo? — perguntou Soon Kong. — Ele é calmo, mas sabe quando querem fazer algo de ruim para ele.

— Besta magnífica, Irmão Mais Velho. — Feng respondeu elogioso. Subiu em seu cavalo branco. Parecia quase um animal feito de prata.

As portas foram abertas e o cavalo do lorde galopou fortemente o chão, correndo feroz, enquanto os outros dois cavalos o seguiam.

Num canto da mansão do lorde, seis cavalos menores, mais discretos, saíam na encolha dos olhares dos guardas.

Era próximo do pôr-do-sol e os nove cavalos iam em direção à cena do ataque à comitiva da Lady Okusame.

Renascer de Um HeróiOnde histórias criam vida. Descubra agora