Renascer de Um Herói

Crescimento e Vingança

Com o fim dos dois anos, Liang Yue desenvolveu saudavelmente seu corpo até o que muito chamariam de perfeição para alguém de quinze anos: alto, forte, músculos rijos e ainda assim atlético. Porte ereto e os cabelos, antes negros como fios de obsidiana, agora se mostravam como o de seu mestre: brancos com duas mechas negras teimosas que seguiam a lateral da cabeça, além de uma mecha discreta em tom verde jade que seguia a coluna.

As suas roupas agora eram as roupas típicas do Império para um jovem artista marcial de quinze anos: camisa de algodão, tingida de verde-escuro, com botões típicos, feitos com nó do mesmo tecido. As mangas eram ligeiramente longas: o suficiente para esconder as mãos dentro das mesmas. A calça era da mesma cor e tecido. Uma faixa azul de tom profundo estava amarrada à sua cintura. Os sapatos eram simples, de pano, com a sola de couro macio, feitos para usar sem meias. Na mão esquerda usava um bracelete de metal com a gravura de um dragão em meio às nuvens. Na mão direita, um anel do mesmo metal com a gravura de um dragão em meio aos picos de uma cordilheira.

— Estenda sua mão, Liang Yue. — Mestre Hamir chamou o discípulo pelo nome a primeira vez.

Liang Yue o obedeceu: o Mestre tocou com a ponta dos dedos em sua palma e viu a mudança. Quando chegou, era um menino maltrapilho no ranque Bronze nível quatro. Agora era um espiritualista ranque Ouro nível seis.

— Se ao recebê-lo em minha casa e me dissessem que você seria o meu aluno mais brilhante, eu mandaria o infeliz deixar de beber. — comentou seu Mestre, com orgulho muito disfarçado. — Mas vendo a sua transformação de um pivete maltrapilho num homem forte e decidido, então eu, o seu Mestre, devo maldizer a mim mesmo por duvidar de sua garra e capacidade.

— Obrigado pela gentileza, Mestre. — Liang Yue agradeceu pelo elogio. — Mestre, eu tenho algo a perguntar para o senhor.

Mestre Hamir dera a permissão.

— Se... Não. Quando eu ficar tão forte quanto o senhor, e descobrir o meio de libertar o senhor daqui, o Mestre se sentiria feliz em morrer junto do discípulo e de sua amiga Mestra? — era uma pergunta estranha que Liang Yue fazia a seu Mestre.

— Ficarei muito feliz. — seu Mestre respondeu. Não tivera muitos alunos, mas eles nunca mais voltaram. O que ele dizia era uma promessa de reencontro.

— Seu discípulo se esforçará para trazer a Mestra Garça da Lua até a presença do Mestre em seus últimos momentos. — Liang Yue disse em um tom solene.

— Prometer tamanha benevolência pode atrair um carma ruim na próxima encarnação. — a Mestra Garça da Lua disse recém-chegada ao átrio da torre.

— Mestra. — Liang Yue cumprimentou, curvando-se ao fazer o baoquan.

— Pronto para partir? — ela perguntou.

— Sim. — Liang Yue respondeu.

— Antes de ir discípulo, o Mestre gostaria de dar dois últimos presentes. — disse Mestre Hamir. Ele tocou no meio da testa do aluno com os dedos indicador e médio. Uma luz surgiu e se apagou. — O primeiro foram estes conhecimentos que o tempo aqui na torre não permitiu ser devidamente ensinado.

— E o segundo? — ele perguntou curioso ao seu Mestre.

— Seu nome. — o Mestre respondeu. — Se antes você morreu como Liang Yue, hoje, ao sair daqui, você renasceu como um novo homem, chamado Long Feng.

— Obrigado Mestre. — disse jovem que agora se chamava Long Feng. — Honrarei a este novo nome.

— Até mais ver, Mestre. — Mestra Graça da Lua despediu-se.