Chegando em Casa

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No caminho para a hospedaria, um grupo de guardas acompanhava Long Feng e chamando a atenção dos transeuntes na rua. Umas duas casas antes da hospedaria, ele dispensou os seus guardas e entrou no Bom Sonhar pela porta dos fundos. Os funcionários o receberam, perguntando sobre os acontecimentos na mansão e o seu tratamento. Em alguns minutos a senhora Lin apareceu, chamando por Feng.

— Espero que tenha sido uma boa estadia na mansão do Lorde Okusame. — disse a senhora Lin. — Está tarde. Você pode ir descansar e nos ajudar amanhã.

Indo até seu quarto, o garoto guardou suas roupas, pegou uma muda limpa e foi ao banho reservado para os moradores do Bom Sonhar — desta vez indo no banho correto. Enquanto se banhava, Feng pensava novamente nos fatos que aconteceram na mansão: seus duelos com Lorde Okusame e suas filhas, o resgate de Lady Okusame, a luta real que teve com o homem chamado Tokko Hyuk. Além disso, os guardiões da família Okusame lhe chamaram a atenção só pelos seus poderes e habilidades únicos.

Terminado o banho, ele foi até seu quarto e organizou os itens em seu anel e seu bracelete: de tempos em tempos era sempre recomendado ver os objetos guardados em itens espaciais para confirmar a boa conserva dos mesmos. Começou pelos mais demorados: seus itens de alquimia: retirou as ferramentas, as matérias-primas dos preparados, além de algumas mudas de ervas que possuem certo nível de cuidado — foram dadas a Long Feng pelo seu mestre que ensinou como plantar ou maturar estas mudas corretamente.

Terminando o seu trabalho com os materiais de alquimia, pegou uma corda bem fina e pendurou oito fardos de ervas distintas no teto de seu quarto e logo em seguida retirou suas roupas destruídas e as roupas sujas. Dobrou as roupas sujas e as deixou num canto para lavar depois. Retirou em seguida uma caixa de madeira, quadrada e de um palmo de altura, com a face quadriculada com oito quadrados mais escuros no centro. A caixa era oca, com dois conjuntos de trinta e seis peças: trinta e duas quadradas e quatro pentagonais. Preparou as peças quadradas sobre o tabuleiro e as pentagonais ao lado do tabuleiro, na gavetinha lateral que as peças eram guardadas. Deixou o jogo organizado para uma partida, bem sobre a mesa de seu quarto.

Bateram na porta e Feng respondeu. Quem entrou era Kira, com seus olhos sendo capturados pela visão do chão coalhado de objetos, os maços de ervas pendurados no teto do quarto e aquilo que mais chamou a sua atenção: o jogo de Igo sobre a mesa.

— Long Feng, a mamãe me pediu para perguntar se você tem alguma roupa suja. — o olhar que focalizava ora um objeto, ora uma parte da "bagunça" era o que mais chamava a atenção dele, achando praticamente engraçada a reação da garota.

— Tenho, sim, mas são poucas. — respondeu pegando o fardo das roupas sujas. — A sua mãe precisa que eu leve a ela agora?

— Não. Só precisa separar e deixar naquele cesto ali do lado do seu armário. Amanhã um funcionário vai limpar a sua roupa. — Kira respondeu, com seu olhar fixado no tabuleiro de Igo.

— A senhorita Kira sabe jogar Igo?

— Um pouco. — ela respondeu enquanto olhava ocasionalmente para Feng agilmente arrumando seu quarto.

Ele pegou o tabuleiro gentilmente e o colocou no meio do chão do quarto, gesticulando para que Kira sentasse na sua frente para jogar uma partida de Igo. As peças foram arranjadas na disposição que cada um dos dois preferia: Kira arrumou numa posição conhecida popularmente como falange central. Tinha este nome por concentrar todas às quatro peças dos Lanceiros nas quatro casas centrais da fila da frente. Sua peça do Imperador na casa da esquerda, a Rainha na casa direita e um General ao lado da Rainha e um Alto Sacerdote ao lado do Imperador. Um arranjo de fundo típico do Leste.

Renascer de Um HeróiOnde histórias criam vida. Descubra agora