Crescimento

83 11 32
                                    


Passaram-se anos, e infelizmente Liang Si não conseguia vingar nenhuma gravidez. Suas damas de companhia e servas tentavam de tudo: das mais campesinas crenças até as mais avançadas técnicas de medicina gestacional, mas nada funcionava.

Num belo dia, Liang Si chamou seu esposo para seus cômodos. Lá, confessou-lhe com pesar:

— Bao, meu amor, eu sinto muito... — suas lágrimas corriam silenciosas. — Meu ventre apodreceu, nenhuma das suas sementes vinga nesta terra seca e árida. O Pequeno Yue nascer foi um milagre...

Liang Bao a abraçou, silenciando a autodepreciação da esposa.

— Shh... Não fale assim de você mesma, meu amor. — a mão dele era acalentadora sobre sua cabeça. — Yue foi, sim, um milagre. Mas não faremos nada de impensado. Vamos só tentar. E caso não vingue, nutriremos Yue ainda mais, para se tornar o futuro brilhante de nossa família.

Embora o desejo de Lorde Liang se mantivesse, não era sem brigar com os anciões da família, que exigiam um segundo casamento — não era incomum que o império cultivasse a poligamia, especialmente entre a nobreza.

— Só me casarei com uma segunda esposa no dia em que Si deixar este mundo. — disse o lorde, irritado, na última reunião da família, onde fora abordado pelos anciões.

O que ele não daria para nunca ter dito tais palavras...


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


O tempo passa, e com isso, pequenas mudas desenvolvem-se. Yue passou de um rechonchudo e rosado bebê para um menininho meigo e sorridente, amado por todos da família, até mesmo os guardas e serviçais.

Para surpresa de todos, aos dois anos ele começou a demonstrar um rudimentar domínio do ki, a energia natural que corria pelo mundo e era absorvida pela flora, fauna, minerais e até mesmo os humanos.

— Quando crescer mais, Pequeno Yue, você será ensinado pelos melhores. — prometeram seus pais.

Mas o Destino nunca é uma estrada pavimentada que corre em linha reta.

Depois do terceiro aniversário de Yue, sua mãe caiu acamada, doente. E não muito depois, faleceu.

Embora a dor da perda rasgasse Liang Bao por dentro, seu Pequeno Yue necessitava do amor do pai para entender a perda e conseguir seguir em frente.

Uns meses depois do falecimento de Liang Si, os anciões da Família Chifre de Prata insistia cada vez mais contundentemente para que houvesse um segundo casamento para pelo menos assegurar a linhagem de Lorde Liang: ter um único filho era muito arriscado para a nobreza, especialmente alguém importante como um Mestre de Santuário Terreno.

Assim, um ano e meio depois da perda de sua amada Si, Bao aceitou as ofertas das famílias. A escolhida foi a filha da Família Cao, Cao Shu. Era jovem, e conhecida pelos planos de ascensão na sociedade imperial.

Renascer de Um HeróiOnde histórias criam vida. Descubra agora