A Força Bruta contra A Água dos Rios

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O desjejum foi preparado com ajuda de Long Feng, surpreendendo os funcionários quando se mostrou tão cedo nas cozinhas — normalmente ele e Kira estariam sendo requisitados só umas duas horas mais tarde.

— Não consegui dormir depois que o sol bateu na minha janela. — ele respondeu aos demais funcionários. — Além disso, fui visitado à noite por um gato que me deu um belo susto.

— E como era o gato? — perguntou um dos funcionários do salão.

— Preto e com olhos verdes um pouco claros. Se distraiu com qualquer porcaria brilhante que joguei pela janela na viela do lado do prédio.

Os que estavam ali deram de ombros, sem confirmar que viram ou não o animal. Long Feng, atendendo ao chamado da senhora Lin, foi até o salão do restaurante, onde ajudou uns funcionários a limparem o lugar e preparar para o dia que teriam mais adiante.

Pouco antes de o Bom Sonhar abrir, a senhora Lin apareceu com um uniforme da equipe para Long Feng, pedindo que trocasse para o uniforme e assim atendesse no salão. Como era o primeiro dia de Long Feng no salão desde a abertura, ele começaria pela recepção do restaurante.

Quando abriu, os trabalhadores das proximidades apareceram, achando curioso o novo funcionário e fazendo seus pedidos de sempre para as marmitas encomendadas. O sistema usado pelo restaurante era simples: os clientes pagavam pelo pedido e deixavam seus endereços de entrega, onde um funcionário faria a entrega de cada pedido. Havia no pagamento, além do valor da comida, uma taxa de entrega, facilitando a vida do funcionário.

O sol já subia no céu até a posição das nove ou dez horas, quando alguns clientes mais costumeiros daquele horário começaram a aparecer junto de alguns viajantes que por ali passavam. Entendendo rapidamente a dinâmica da recepção, Long Feng logo conseguiu lidar com os clientes que chegavam, administrando bem o fluxo da clientela. Perto das onze e meia a senhora Lin chamou por Long Feng.

— Temos as nossas entregas para serem feitas. — ela disse, apontando para uma pilha de pelo menos umas trinta marmitas. — A Kira vai com você e te ensinar a ler esse mapa. O nome de quem pediu está escrito na embalagem da marmita.

Acenando, Long Feng levou boa parte das marmitas, deixando apenas uma pilha pequena de nem meia dúzia para Kira levar nas mãos. Os funcionários riam da situação, principalmente pela garota que corou fortemente com a iniciativa de Long Feng.

A primeira parada era uma carpintaria. Kira chamou pelos funcionários, entregando as doze marmitas, aliviando um bocado dos braços de Long Feng. Depois, descendo a rua principal rumo ao sul, os dois chegaram até um oleiro, conhecido pelas peças consideravelmente bem feitas. Eram mais quatro marmitas marcadas para serem deixadas. Depois seguiram para o distrito dos mercados, levando as marmitas até um vendedor de produtos dos animais de corte que não era carne: chifres, lã, pele, ossos, pelagem, cascos, etc. Foram mais quatro marmitas entregues.

Acompanhando a costa escarpada, chegaram até o mercado de peixes, onde o prédio da administração do mercado encomendou quinze marmitas, aliviando os braços dos dois jovens.

Voltando para casa, Long Feng se lembrou do pedido feito no dia anterior e pediu a Kira para acompanhá-lo. Entraram no galpão em questão, indo até a vendinha da senhorinha pequena, se identificando e conseguindo o que pediu — e até mais além.

Duas caixas de frutas do Oeste, assim como legumes e alguns temperos próprios.

— Bom fazer negócio com você, menino. — disse a velhinha. — Vamos fechar em doze tigres e setenta fênix e não se fala mais nisso.

Long Feng analisou o produto, notando que eram em sua maioria frutas complicadas de conseguir naquele clima quente e úmido de Nakatari. Acabou aceitando o preço, pagando com o dinheiro dado pela senhora Lin no dia anterior.

Renascer de Um HeróiOnde histórias criam vida. Descubra agora