CAPÍTULO XXXVIII

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CARLOS

QUANDO CHEGAMOS em casa, eu foquei minha atenção na mão de minha princesa, machucada por conta dos socos.

― Princesa, eu não sei como te agradecer...

― Me lembrei de você batendo naquele cara que machucou a mamãe grávida e que me deu um tapa. Só quis te defender, pois vi que você não estava bem.

― Eu achei que tinha superado. Mas vejo que ela ainda consegue me deixar sem reação.

― Tio Ca... - eu coloquei gelo em sua mão, que estava com os nódulos de alguns dedos, muito vermelhos ― alguma vez, você achou ela atraente ou deu asas, pra ela achar que você gosta dela?

― Nunca! Acho que ela faz isso, pois me acha vulnerável. E como eu entro em pânico quando ela se aproxima, ela acaba fazendo o que quer de mim.

― Mas vocês transaram... tipo, ela alguma outra vez, abusou de você?

― Uma vez, eu... - respirei fundo e busquei na memória, algo que eu tinha escondido lá no fundo ― eu tava saindo da biblioteca, tinha ido levar uns livros. A biblioteca estava fechando, era noite... ela se aproximou, me levou para a lateral da biblioteca e começou a me tocar... eu larguei a mochila no chão, tentei tirar a mão dela de mim...

― Então ela conseguiu abusar de você outra vez?

― Não. Eu não fiquei ereto e também, o Gabriel chegou bem na hora que ela ia começar a me... a fazer... oral. Ele me arrastou de lá e disse que se ela se aproximasse de mim outra vez, ele iria resolver com ela.

― Acha que o Gabriel bateria nela?

― Não sei. Acho que não, mas creio que ele pode ter alguma carta na manga, contra ela.

― Tio Ca, você me desculpa pelo beijo?

― Não precisa me pedir desculpas, princesa. Sei que você fez aquilo pra me ajudar.

― Acho que você deveria fazer uma sessão com um psicólogo, pra te ajudar a superar isso e pra que você consiga fugir dela, caso vocês se encontrem outra vez. Ou um advogado, para sei lá... tentar algo.

― Vou pensar nisso.

Fomos dormir e no outro dia pela manhã fui acordar ela. Ao contrário do que sempre acontecia, que era ela me acordando.

― Princesa linda, acorda...

― Hummmm

― Acorda Diana.

― Meu pijama não é pequeno!

― Não tô falando de sua roupa, mas do fato de você me defender, Mulher Maravilha.

― Ai tio Ca! - ela começou a rir.

― Eu sabia que um dia, essa sua mão pesada, serviria para algo - comecei a rir ― Agora, levanta e vamos tomar café na lanchonete lá da esquina.

― Por que na rua?

― Não tô afim de cozinhar... e você com essa mão assim, melhor não fazer também.

Ela olhou a própria mão e nos locais que estavam vermelhos na noite anterior, hoje pela manhã estavam meio arroxeados.

― Tá bom - ela respirou fundo.

― Faça suas higienes que eu lhe aguardo na sala.

Com alguns minutos, ela apareceu com roupa trocada e dizendo que estava pronta. Pegamos nossos celulares, eu peguei minha carteira e fomos.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora