CAPÍTULO XLIII

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NINA

O PLANO do João praticamente deu certo. Não que ele tenha planejado que aquele babaca fosse me agarrar, mas o resultado final foi maravilhoso, mesmo eu me magoando com o que o tio Ca me disse.

Ganhei um beijo do tio Ca, o beijo mais gostoso e incrível da minha vida. Meu Deus como ele beija bem e dessa vez, ele não tava bêbado. Mas como minha vida amorosa é uma merda, ele se arrependeu e me pediu pra que isso não aconteça mais.

Ele disse que não se arrependeu, mas eu creio que sim. O olhar dele era feliz, mas com uma pitada de remorso. Eu deveria sim, esquecer isso. Mas como se esquece ser beijada pelo amor da sua vida? Sim, o tio Ca é o homem da minha vida e isso eu tinha certeza. Não quero ficar sem ele. Então, como ele sempre disse que é persistente, serei igual, não vou forçar nada, nem fazer cena, mas vou deixar ele notar que somos perfeitos um para o outro. Nem que isso leve o resto da minha vida.

Fiz minha higiene e desci para o café da manhã, pra variar, o tio Ca com seus banhos de princesa, demorou a descer.

― Bom dia a todos! - disse ele ao adentrar na sala de jantar ― Não me esperou, princesa?

― Você quando entrar debaixo daquele chuveiro, o mundo perde você por um bom tempo.

Todos nos rimos.

― Bom dia, família! - chegaram o Bruno, Gui e Clara.

― Bom dia! - disse o meu pai.

― Bom dia, cunhado. Bom dia, moleque, cadê o beijo do tio? Oi, psicopata! - disse o tio Ca aos três.

― Bom dia, Carlos!

Gui veio dar um abraço no tio Ca.

― Oi, retardado!

― Oi, família! Bom dia! - disse a minha mãe entrando com copos para colocar na mesa.

― Eu adoro ver essa mesa assim! - disse o meu pai.

― Já imaginou, pai? Quando a Nina casar e tiver os filhos dela, a mesa vai ficar pequena.

― Não quero casar. Já vi que não tenho sorte com namorados.

― Filha, isso é agora, você ainda tá jovem - disse minha mãe.

― Não quero pensar nisso.

― Bruno, você pode examinar a mamãe? - perguntou o Sam.

― Examinar a Dri? O que você tem? - perguntou o Bruno e todos olhamos pra mamãe.

― Eu não tenho nada. Que história é essa, Samuel?

― Hoje de manhã o papai tava cuidando da mamãe, pois ela tava com dor.

― Eu cuidando da sua mãe?

― Foi, papai. Não lembra?

― Como assim Sam? - perguntou Bruno.

― Eu vim perguntar à mamãe onde estavam os meus soldadinhos de chumbo e quando cheguei na cozinha, o papai tava com a mamãe sentada na mesa e ele fazendo respiração boca a boca e ela gemia de dor...

Todos, menos o Samuel e o Gui, todos rimos e o papai e a mamãe ficaram completamente sem graça.

― Ah, Sam, foi um teste que eu disse ao papai pra fazer com a Dri.

― Ahhh... - disse ele, parecendo entender ― Gui, você pode me ajudar com meus soldadinhos?

― Vamos? - Guilherme subiu com o Sam e o Bruno olhou com aquela cara pros meus pais.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora