CAPÍTULO LXVI

703 59 27
                                    


CARLOS

― TIO CA... Eu te amo! - ela juntou os seus lábios aos meus, me calando. Seu rosto estava molhado pelas lágrimas, assim como o meu. Sua boca não tinha gosto de cereja nem menta, mas estava salgada pelas lágrimas. E entre um beijo e outro ela me dizia ― Eu amo você... AMO, AMO...

Ela sentou-se sobre mim e atacou minha boca me beijando profundamente, limpou os meus olhos e me sorriu.

― Eu vou te dizer porquê eu vim para cá. Você me perguntou, porque eu te abandonei e eu não quis dizer, mas agora preciso falar, eu vim para tentar esquecer você ou ao menos te ver como só o meu padrinho...

― Me esquecer? Princesa... - aquilo me doeu ― E você conseguiu?

― Vou mostrar como consegui...

Ela voltou a me beijar, me fazer carinho e me sorria.

― EU TE AMO! Te amo desde sempre... Você é tudo pra mim. Era isso que eu ia te dizer na casa de praia. Sou completamente apaixonada por você. E não houve um dia em que eu não chorasse e não me lembrasse de você. Não sou boa com as palavras como você, mas tô tentando te dizer isso faz tempo. Eu te amo!

― Amor...

― Eu te levei pra lá, para me declarar. Para tentar te dizer como você é importante pra mim. Para te mostrar que minha vida não faz sentido sem você e que você sempre, sempre foi o amor da minha vida. Mas me faltou coragem e tive muito medo de você se afastar de mim, me rejeitar e me deixar. Você nunca percebeu que eu estava apaixonada por você?

― Sim, mas não era simples pra mim. Ainda não é... Só que " perder" você, me mostrou que eu posso enfrentar tudo, menos ficar sem você.

― Eu te amo. E quero você pra mim... só pra mim!

Abri um sorriso enorme.

― Só pra você, princesa?

― Só pra mim - ela fez uma voz dengosa e voltou a me beijar. Como eu adoro o jeitinho manhoso dela.

Eu decidi que iria lutar por ela depois que voltei para o Brasil quando estive aqui em setembro, porque foi quando tive certeza absoluta do meu amor por ela, mas eu não sabia como. Eu estava longe e todos os problemas que nos afastavam estavam presentes. Eu pedia a Deus para me dar uma chance, me dar um meio, um modo de não ficar longe dela. Já estava pensando em largar tudo e vir morar em Nova Iorque, assim eu teria mais chances de tirar ela daquele embuste e de mostrar o meu amor por ela.

Após aquele dia, em setembro, eu vi que ela sentia algo por mim. E eu nunca fui correspondido quando me apaixonei antes... e não é só paixão o que sinto por ela. Se antes eu tinha oitenta por cento do seu coração... agora, eu imaginava ter menos de oito, mas se me restasse ao menos um por cento... meio por cento que fosse, eu não desistiria dela. Assim, Deus me mostrou um modo e eu iria arriscar, se ela não me quisesse, se tudo que aconteceu naquele quarto de hotel, fosse só curiosidade dela, eu diria como me sinto e sumiria da vida dela. Acho que teria que sumir para o mundo, já que tudo nele, me trás ela à memória.

― Eu amo você!

― Tio Ca...

― Eu.

― Não sei como agir com você. Eu amo você e você disse que me ama, como ficamos? Continuaremos, como sempre foi?

― Não. Quero você pra mim. Quero que você seja minha, só minha, pois eu já sou só seu.

― Só meu?

― Todo!

― Isso quer dizer... que você quer algum compromisso?

― Eu jamais usaria você. Queria ter beijado você quando abriu a porta ontem. Queria te dizer tudo o que sinto. Mas você estava triste e... tinha poucas horas que você tinha terminado uma relação. Mas talvez eu não tenha muito tempo, já que volto pra casa amanhã. Então... eu te digo que quero mais que compromisso... quero sair daqui com uma certeza de que você me quer e que vamos ficar juntos e enfrentar tudo. Quero saber de você que eu posso enfrentar tudo o que vem pela frente e você estará ao meu lado. Quero ser o seu ficante, o seu namorado, o seu noivo, o seu marido, o seu amante, o seu amigo, o pai de seus filhos e o avô de seus netos - ela sorriu.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora