CAPÍTULO XXIII

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CARLOS

COLOCAMOS AS malas nos quartos, eu no meu antigo quarto e Nina ficou com o quarto da psicopata. Tínhamos quarto de hóspedes, mas minha mãe achou que a Nina ficaria mais à vontade no quarto da retardada.

Assim que nos instalamos, eu saí indo ao depósito ao lado da casa, achei tudo que queria ou ao menos boa parte.

— Nina, eu vou dar um pulo na cidade e volto logo, aproveita e pega essa mochila e coloca uma roupa de banho, toalha, o repelente, vista uma calça jeans e calça um tênis. Coloque coisas que poderá precisar num acampamento, incluindo um casaquinho, você trouxe?

— Sim.

Eu fui até a cidade, precisei comprar algumas coisas complementares pra levar. Ao chegar no armazém, onde eu poderia encontrar tudo que iria precisar, dei de cara com o Tadeu.

— Olha só... tudo bem, Carlos?

— Olá, Tadeu, tudo bem e você?

— Bem. O Gabriel vai gostar de saber que você tá na cidade.

— Não vou ficar muito tempo, vim com minha afilhada e vamos pro mato! Estarei em casa amanhã por volta das 18 ou 19 horas, se puderem me dar um alô e tomar um café...

— E conhecer sua afilhada, afinal seus pais e o Gabriel falam muito dela, dizem que está sempre com você, quase como uma filha adotiva.

— Claro. Deixa eu ir, tô com pouco tempo.

Ele seguiu o rumo dele e eu o meu. Comprei tudo o que precisava e voltei pra casa, Nina havia trocado de roupa e já estava de mochila pronta.

— Princesa me ajuda a colocar tudo na caminhonete do papai?

— Claro!

Logo depois, partimos para acampar, fazia anos que não acampava.

Cheguei o mais perto que dava da trilha, para não termos que caminhar muito.

— Amor, vamos ter que caminhar, aproveitar que ainda tem sol. Tudo bem pra você, princesa?

— Claro, tio Ca!

E assim, peguei meu mochilão de acampamento, entreguei uma bolsa a ela, peguei o restante das coisas e fomos trilha adentro. Chegamos à clareira próxima da cachoeira em menos de vinte minutos, colocamos tudo no chão e tratei logo de montar as barracas.

— Duas barracas, tio Ca?

— Claro, uma para você e outra para mim. Olha, eu coloquei o colchonete na minha e o saco de dormir na sua... a noite geralmente a temperatura cai bastante aqui... então comprei um saco de dormir grande... bem macio e quentinho. Passe bastante repelente, princesa... aqui fora tem muito pernilongo.

— Tá bom. Quer ajuda em algo?

— Pode pegar essa lanterna aí ao lado da mochila?

— Essa?

— Sim - ela me entregou e eu coloquei dentro de minha barraca — Tá vendo esse lampião com led? Vou deixar na entrada da sua barraca, assim se você precisar de iluminação...

— E se eu precisar ir ao banheiro?

— Vai ter que ir no mato.

— Eu sei, mas... sozinha? E se tiver um bicho, uma cobra?

— Se precisar, você me avisa e eu vou com você... mas você não fará isso na minha frente.

— Ou seguro até de manhã - comecei a rir.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora