CAPÍTULO XXVIII

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CARLOS

NO OUTRO dia, 31 de dezembro, acordei com minha peruquinha pulando na cama e me dando um beijo estalado na bochecha.

— Bom dia, tio Ca! Você é o cara mais maravilhoso do mundo!

— Nossa! Bom dia minha princesa linda e mais maravilhosa do mundo! - ela ainda era minha menininha se comportando daquela forma.

— Tio Ca, eu queria que você visse a roupa que a mamãe comprou para eu usar na virada do ano.

— Vou ver mais tarde, quando você vestir ela.

— Agora, escova os dentinhos e vem tomar café.

— Dentinhos? - gargalhei.

— Você quem fala assim. Agora anda! - eu fiquei de pé e ela me empurrou até a porta do banheiro e me deu um tapa na bunda para eu entrar no banheiro.

— Que é isso menina?!

— Vai logo! Eu vou esperar aqui.

Depois que terminei minhas higienes, voltei ao quarto e ela estava deitada na minha cama mexendo no celular.

— Finalmente! Tio Ca, você realmente parece uma noiva se arrumando, demora pra tudo. Se fosse se casar, a noiva já estaria fazendo bodas de ouro quando você chegasse à igreja.

Comecei a gargalhar. De onde ela tirava essas coisas?

— Vamos, mocinha.

Descemos e já estavam todos à mesa, menos a Jéssica.

— Tia Jéssica não vai tomar café?

— Acho que o fuso confunde ela. Acaba dormindo fora de hora.

— Melhor assim - disse minha irmã.

— Tio Ca... eu fiz uma coisa pra você - ela saiu da mesa, foi até a cozinha e voltou com um pote para sobremesa e colocou na minha frente.

— Iogurte? - perguntei ao olhar.

— Prova.

Dei uma colherada e fechei os olhos ao sentir o sabor. Quando abri, estavam todos me olhando com expectativa.

— Maravilhoso, princesa! Está igual...

— Ao da dona Carmem?

— É.

— Te disse que ela me ensinou a fazer iogurte do jeito que você gosta.

— Deixa eu provar um pouco, Carlos - pediu minha irmã. Ofereci o pote a ela, que deu uma colherada — Nossa, Nina, parabéns tá igual o da mamãe!

— Vem cá, você só fez para o seu padrinho? O restante da família não tem nada? - perguntou o Bruno.

— Eu fiz só pro tio Ca. Amanhã eu faço pra vocês, se vocês quiserem.

— Vocês esquecem que quando o Carlos tá perto, a família deixa de existir pra Nina - disse o Eduardo.

— Não exagera, pai. Só que, a mamãe faz tudo do jeito que você gosta, o Bruno vai na onda e come o que a mamãe faz. Eu só quis agradar o Tio Ca. Eu não dei um presente de natal a ele ainda - o final da frase soou meio triste.

— Não precisa, minha princesa.

— Eu tô pensando em algo.

Tomei o restante do iogurte e comi algumas torradas com ovos mexidos.

Passamos a manhã na piscina. Dri foi para a cozinha fazer o almoço e a ceia pra virada. Me ofereci pra ajudar, Nina também, mas ela expulsou todos da cozinha, ficando só o Gui com ela. Ele resolveu ajudar a avó, o que era raro. Ver aquele moleque longe do celular era coisa rara.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora