NINA
NÃO EXISTE realmente, nada nesse mundo, melhor do que acordar ao lado do tio Ca. Geralmente quando dormíamos juntos, eu acordava antes e o observava até ele abrir aqueles olhos maravilhosos, mas ontem à noite, ficamos tão unidos e nos demos tantos carinhos, que eu não me lembrei de nada. Era como se eu tivesse ido para a lua com ele, nem percebi a hora que dormi. Foi tão natural, meigo e gostoso, que tenho certeza que ele também não notou quando adormeceu.
Acordei às 8:00 da manhã, de bruços com a cabeça virada de lado e um carinho leve sendo feito em meus cabelos.
Abri os meu olhos e a claridade da janela não me deixava enxergar nada direito. Até que ela foi sendo reduzida pouco a pouco e pude notar o tio Ca me sorrindo. Ele deitou-se, ficando de frente pra mim e fazendo carinho em meu rosto.
— Bom dia, minha princesa! Dormiu bem?
— Maravilhosamente bem - respondi sorrindo e notando aqueles lindos olhos brilhando ao me observar — E acordei no paraíso!
— Oh meu amor... que lindo! - ele me deu um beijo na testa — Não faz ideia de como sinto falta de acordar assim.
— Não faz ideia de como acordo todos os dias e lembro que você não tá lá... e de como isso me dói.
— Vamos tomar café lá no seu Valério? Não tem nada aqui que sirva para comer.
— Tá bem, só que... eu tô só de pijama.
— Ainda tem roupas suas aqui... eu não tirei nenhuma e sua mãe não veio pegar.
— Será que ainda cabem?
— Hummm - ele ficou me analisando e olhando debochado —, você não criou mais cabeças, nem outros membros... não tá gorda... acho que sim, acho que cabem.
— Ai, tio Ca, você não existe!
— Vai lá escovar os seus dentinhos, trocar de roupa e me encontre na sala para irmos tomar café.
— Dentinhos?
— Sim...
— Você é demais. Acha que eu tenho dois anos?
— Não, sei que você tem vinte! Só estou brincando.
— Eu sei, eu também.
Assim, eu fui trocar de roupa e fazer minha higiene. Pouco depois, estávamos saindo do apartamento quando escutamos...
— Oh, que lindo!
Olhamos assustados e vemos dona Maria, a vizinha do tio Ca. Ela morava no apartamento ao lado direito do dele e já estava anciã.
— Bom dia, dona Maria!
— Bom dia. Que bom que vocês voltaram!
— Então...
— Fiquei triste quando soube que vocês terminaram - ela disse interrompendo o tio Ca.
— Terminaram?
— Eu sempre achei vocês o casal mais bonitinho do prédio. E o senhor, sempre foi amoroso e discreto... tem vizinhos que fazem muito barulho.
— Ahn...
— Dona Maria, nós não somos... - tentei falar, mas ela me interrompeu.
— Nina, eu gostava muito de ser vizinha da sua mãe, até o dia em que ela começou a namorar o seu pai... um dia, peguei os dois brigando aqui no corredor.
— Ah é?
— Mas que bom que esse apartamento dá sorte para casais.
— Sorte...? - perguntou o tio Ca, fechando a porta.
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Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2
عاطفيةTe apresento o Carlos! Um lindo jovem de vinte e dois anos. O qual foi apaixonado pela Adriana, a melhor amiga de sua irmã, desde os dez anos. Mesmo afastados por anos, ele continuou cultivando sua paixão pela Adriana. E na primeira oportunidade qu...