CAPÍTULO XXXV

574 60 33
                                    


CARLOS

APROVEITEI QUE estava de costas para ela e me lavei também.

― Acabei, tio Ca. Minha cabeça tá rodando.

Virei para ela bem a tempo de segurá-la para ela não cair. Puxei a toalha ao lado do box e enrolei nela. Coloquei ela sentada na tampa do vaso e disse:

― Nina... não se mexa. Eu vou pegar uma roupa pra você e o seu roupão que tava secando. Não se mexa ou você pode cair, okay?

Ela só balançou a cabeça confirmando, peguei uma toalha no armário do banheiro dela e enrolei na minha cintura e fui para a área de serviço. Peguei o roupão dela e um chinelo meu que estava secando, fui até o meu quarto, apanhei uma calça de moletom, uma cueca e uma camiseta. Joguei tudo no ombro, voltei para o quarto dela e apanhei uma calcinha e uma camisola.

― Nina...

― Oi.

― Você usa sutiã por baixo da camisola?

― Não.

Fui para o banheiro e ela estava lá, com a toalha em seu corpo, já toda molhada e um olhar perdido. Coloquei tudo em cima da pia.

― Vem - levantei ela ―, você precisa me ajudar - apanhei o roupão e ela me ajudou a vesti-lo nela.

Coloquei ela sentada novamente no vaso, com outra toalha comecei a secar o seu rosto e seus cabelos. Apanhei o secador e sequei com calma todo seu cabelo e enquanto eu fazia isso, ela estava com a cabeça apoiada em minha barriga. Com o cabelo dela seco, apanhei a camisola.

― Nina, preciso vestir a camisola em você. Você consegue tirar o sutiã? - retirei o roupão e enfiei a camisola por sua cabeça.

― Não tô conseguindo... - ela estava com as mãos viradas para as costas tentando abrir o sutiã por baixo da camisola.

― Tá, deixa eu abrir pra você - agachei na sua frente e coloquei minhas mãos onde as dela estavam, abri seu sutiã e ela o retirou ― Agora você precisa mudar a calcinha. Sentada mesmo você tira, pois tá molhada e vai acabar molhando a camisola.

Ela retirou a calcinha e abaixou a camisola até ficar toda coberta. Dei a calcinha na mão dela e ela toda desajeitada conseguiu vestir, mesmo sentada na tampa do vaso, enquanto ela fazia isso eu dava minhas costas para ela, ao menos tentando dar um pouco de privacidade.

― Quero escovar os meus dentes...

― Tá, calma, vou pegar pra você - apanhei a escova elétrica dela, e lhe entreguei ― Enquanto você faz isso aí sentadinha, eu vou me vestir.

Tirei minha cueca por baixo da toalha, vesti a outra e logo em seguida a calça. Coloquei minha camiseta e ela terminou de escovar e queria cuspir e enxaguar a boca. Dei apoio a ela e assim que ela terminou, pediu para passar perfume, pois se sentia com cheiro de vômito.

― Vamos, mocinha! Vou levar você pra dormir no meu quarto, já que você resolveu vomitar na sua cama - ela pegou sua bolsa, abriu e jogou uma balinha na boca.

― Tio Ca... você tava certo... ele é um cafajeste.

Ela voltou a chorar. Eu a levei e deitei ela na minha cama.

― Não me deixa sozinha, tio Ca. Eu não quero ficar sozinha ou vou ficar lembrando do que aquele idiota fez comigo... faz cafuné, tio Ca... faz, faz.

― Pilantrinha! Tá bom, deita que vou te fazer cafuné. Mas pare de chorar, esse cafa, não merece as suas lágrimas.

Sentei-me na beira da cama, com ela deitada e comecei a fazer cafuné nela.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora