CARLOS
NINA FOI pra faculdade e eu fui para o escritório. Como a peste da Fernanda foi ameaçada e garantiu não me importunar mais, achei que já poderia voltar para minha casa.
― Não recomendo, Carlos - me disse o Eduardo.
― Por que? Ela disse que não me procuraria mais...
― Carlos, pessoas como essa Fernanda não têm palavra. Fora que ela pode mudar de ideia... eu não posso usar o que temos contra ela.
― Como não?
― Ela pode alegar que foi coagida a fazer aquilo.
― Não posso ficar morando o resto da minha vida aqui. E não posso ficar fugindo dessa criatura para sempre.
― Já coloquei um detetive no encalço dela. Vamos ver o que ele nos arranja...
Fui para o trabalho de táxi e na volta, passei rápido no meu prédio, peguei minha chave do carro e voltei pra mansão de carro. Disse que o mecânico havia ligado, dizendo que o carro já estava pronto.
No horário do jantar, o Bruno e o Gui apareceram na mansão.
― Nossa, Carlos aqui no meio da semana?
― Eu... estava... estou dedetizando o meu apartamento. Estava com um formigueiro na área de serviço e pra não ficar pior... mandei dedetizar.
― Hum. E por que não foi lá pra casa?
― Eu pedi a ele pra ficar aqui - disse o Eduardo.
― Por que?- perguntou ele desconfiado.
― Tô ajudando ele com a empresa do pai dele.
― Ahh, tá certo.
Jantamos, depois ficamos conversando na sala, Nina sentada no mesmo sofá que eu, com minha cabeça em seu colo e ela me fazendo cafuné. Acabei apagando.
NINA
TIO CA voltou do trabalho com o seu carro, sua cara estava de completa exaustão. O Tadeu ligou pra ele, e ele ficou ao menos duas horas resolvendo coisas da empresa do pai.
Depois do jantar, sentamos todos na sala e conversamos, tio Ca deitou com a cabeça no meu colo e eu distraidamente comecei a fazer carinho nele.
― Meu Deus, o Carlos dormiu - disse minha mãe.
― Ele anda muito cansado.
― A Clarinha disse que achava que ele deveria vender a empresa de seu Jorge. Ele administrar a empresa e ainda se manter no trabalho dele, tá esgotando ele.
― Admiro a persistência, a dedicação e a determinação dele - disse meu pai ― Ele quer manter o sonho do pai, mas noto que manter o sonho dele também, está bem difícil pra ele. Se ao menos fossem coisas parecidas, poderia formar uma única empresa. Mas são coisas diferentes e ele tá se dividindo em dois... uma hora ele vai ter que escolher.
― Tadinho - eu disse olhando ele ali, tão tranquilo dormindo.
― Carlos... - chamou minha mãe.
― Deixa ele, mãe.
― Nina, ele vai ficar todo torto dormindo nesse sofá. Vamos acordar ele para ele subir e dormir na cama. Carlos!
Nada, ele estava apagado.
― Carlinhos... - minha mãe sabia que ele odiava ser chamado assim e talvez isso o acordaria, mas nada.
― Não chama ele de Carlinhos! - dissemos meu pai e eu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2
RomanceTe apresento o Carlos! Um lindo jovem de vinte e dois anos. O qual foi apaixonado pela Adriana, a melhor amiga de sua irmã, desde os dez anos. Mesmo afastados por anos, ele continuou cultivando sua paixão pela Adriana. E na primeira oportunidade qu...