CAPÍTULO L

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NINA

ERA DIA do aniversário do tio Ca, na chamada que fiz um dia antes para minha mãe, ela me informou que ela, Gui e Clarinha iriam na casa dele levar um bolinho como fazíamos sempre.

Ela me disse como ele estava abatido e triste.

Nina liga pra ele.

― Não, mãe.

Menina você é teimosa demais. É pior que eu e seu pai juntos. Você tem tantas coisas que você se espelhou no Carlos, mas tinha que espelhar de mim e do seu pai, logo a teimosia? Ele tá sofrendo, abatido, magro... você diz que gosta dele, não tem pena?

― Mãe, se eu falar com ele, eu não vou aguentar e volto praí logo em seguida.

Voce é idiota!

― Mãe...

Mãe nada!

Algum tempo depois, era aniversário do meu pai e fiz uma chamada de vídeo pra falar com ele. Desejei feliz aniversário e ficamos conversando sobre várias coisas. Ele me disse que a tal Fernanda havia se casado com o Charles e que tinha ido para Londres morar com ele. Depois, ele me perguntou quando eu ia voltar a falar com o tio Ca.

― Não sei... ainda sinto saudade dele. E ainda tô tentada a voltar.

Logo em seguida, meu pai sai e minha mãe pega o telefone e ficamos conversando. Ela fala da festa de sessenta e seis anos do meu pai. Falava de um grande jantar que ela estava fazendo, foi quando a Clara apareceu de frente à tela me dando um tchauzinho.

Ah Clara, o Carlos deu resposta? - minha mãe olha pra mim e explica ― Seu pai mandou convidar o Carlos para o jantar que faremos mês que vem para comemorar os nossos vinte anos de casamento.

Então... o Bruno não falou?

Não falou o quê?- nesse momento estavam o meu pai, a Clara e a minha mãe em torno do telefone.

O Carlos não vem, pois ele foi embora.

― Como é? - perguntei surpresa.

Como assim foi embora?

Foi por conta do trabalho e da empresa do pai? - perguntou meu pai.

Então, depois do aniversário dele, ele pediu demissão e foi embora.

― Demissão? Mas ele adorava o trabalho dele...

Pois é. Ele pediu demissão, pegou as coisas dele e voltou para a nossa cidade. Disse que vai assumir de vez a empresa do papai.

Eu sabia que uma hora ele teria que escolher, mas pra ser sincero... achei que ele escolheria o trabalho dele, ele amava aquilo - disse o meu pai.

― E o apartamento? Ele vendeu?

Ele disse que ainda não consegue vender e pediu pra falar com você. Nina, se você quer algo, eu posso ir com a sua mãe pegar. Disse que vai achar coragem pra vender o apartamento.

Clara saiu da frente da tela, assim como o meu pai, me deixando só com a minha mãe.

Viu? Tenho certeza que ele fez isso, pois não aguentava mais... Ele suportou até muito.

― Mãe... ele amava ser designer...

E amava mais ainda você perto dele. Nina, a Clara me disse que ele comentou que tudo naquele apartamento lembra você e isso fazia ele pensar em você o tempo todo. Ele está tentando te esquecer e começou indo embora, assim como você fez.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora