CAPÍTULO XLI

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Na mídia... João Lobo

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NINA

NO OUTRO dia pela manhã, como sempre, eu estava lá em seu quarto para vê-lo acordar.

― Bom dia, princesa! Dormiu bem?

― Bom dia! Dormi.

Ele passou a mão por meus cabelos, me fazendo carinho e eu fiz o mesmo com ele.

― Tio Ca, estive pensando.

― Humm - ele deu um leve sorriso.

― Poderíamos fugir esse fim de semana e ir pra algum local longe e ficar distante daquela vaca. Assim também, você descansa um pouco.

Ele respirou fundo e ficou enrolando um de seus dedos pelos cabelos próximo a minha orelha e olhou no fundo dos meus olhos.

― Princesa, eu gosto muito de viajar com você, só nós dois, mas eu quero que esse problema acabe de uma vez. Quero poder voltar pra minha casa...

― Você não tá bem aqui?

― Claro, amor, mas nada é como o nosso cantinho.

― Mas tio Ca, ao menos você relaxava.

― Vamos ver se o seu pai consegue algo contra aquela vaca e assim ela me deixa em paz. E eu sossegado, posso viajar pra lua com você - ele sorriu e começou a me fazer cócegas.

― Tio Ca, por que você não liga para o Gabriel e pede alguma informação sobre aquela... piranha?

― Vou fazer isso, agora vamos levantar, pois a senhorita vai pra faculdade e eu para o meu trabalho.

Fizemos nossas higienes, trocamos de roupa e fomos tomar café.

― Carlos, mais tarde, quando você voltar do trabalho, me procura no escritório?

― Certo.

Quando cheguei à faculdade, encontrei com o João, que estudava Psicologia. Combinamos de nos ver no intervalo e quando o mesmo chegou, fomos conversar.

― Oi, meu amor.

― Oi, João.

― Tá tudo bem?

― Tá.

― Mentirosa.

― Olha só, você não é formado ainda pra ficar me analisando não, tá?!

― Não mando você ser transparente como água.

― É o Tio Ca...

― Ainda não achou coragem pra dizer a ele que está apaixonada?

― As vezes acho que ele vai me ver pra sempre, como uma garotinha de cinco anos.

― Nina, o Carlos parece um cara que gosta de que sejam sinceros com ele. Se declare e se ele não se acha em condições de corresponder, ao menos você pergunta como ele fez pra esquecer sua mãe e usa isso pra seguir adiante.

― Às vezes penso que ele, bem lá no fundo, ainda gosta dela.

― Será? Acho que não.

― Ele teve um delírio de febre e ficava falando pra alguém não o abandonar, que ele a amava, que ninguém faria a tal pessoa feliz mais que ele... acho que era minha mãe.

― Não creio.

― Ele foi apaixonado por ela por muitos anos... acho que ele sufocou o que sentia, mas ainda tá lá.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora