CAPÍTULO LXXXII

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NINA

EU ESTAVA tomando soro, a bolsa com sangue havia acabado e já haviam retirado. Carlos deitou comigo na cama e me puxou com jeitinho para que eu ficasse deitada em seu peito. Ele enroscou os dedos em meus cabelos e começou a me fazer cafuné. Como eu amo esse homem. Faria e faço tudo outra vez por ele.

— Fiquei tão apavorado com medo de perder você.

— Carlos, eu disse a você que tinha visto aquela cena no meu pesadelo, cresci sonhando com aquilo. Eu já ficava em pânico sem ver quem eram as pessoas, depois que vi o seu rosto e daquele cara, fiquei ainda pior. E quando ouvi ele falando aquilo de "Não mexer com sangue dele", eu só queria que não terminasse como no meu pesadelo, com você levando um tiro no peito.

— Amor, você arriscou a sua vida e a do nosso bebezinho - ele passou a mão em minha barriga — O que eu faria se perdesse vocês? Juro que me matava, não ia conseguir seguir sem você, minha pequenininha - ele falou e me apertou um pouco mais, dando um beijinho em minha testa.

— Não fala isso... eu também não saberia viver sem você.

— Vamos mudar de assunto...

— Vamos.

— Eu tô muito feliz que você vai me dar o meu primeiro bebê, já que você me fez jogar vários no lixo do banheiro - ele falou fazendo bico.

Comecei a rir.

— Como é que é?

— Dentro da camisinha... vários bebezinhos meus foram jogados fora.

— Ah, Carlos... você não existe!

— Existo sim! Porque o meu pai não me jogou dentro do lixo do banheiro, dentro de uma camisinha - começamos a gargalhar — Mas só vacilamos uma vez e você tomou a pílula, por que não funcionou?

— Pensei que você desconfiaria de mim e pensaria que o filho não seria seu...

— Tá maluca? Tenho tanta certeza que é meu como meu amor é seu!

— Uns dez dias depois que você viajou, minha regra não desceu...

— E você sempre foi muito certinha...

— Espera aí, mocinho! Você...

— Sei quando desce sua regra. Primeiro que a primeira vez, foi quando você estava comigo, segundo que às vezes, você reclamava de cólica... então gravei a data. Para que quando viajássemos ou fossemos em algum local que você não pudesse ir, eu já saber planejar direitinho. Por isso planejei o nosso casamento no início do mês o civil e no fim do mês o religioso.

— Safado!

— Não, só sou um marido dedicado que conhece bem a sua esposa.

— Tá, mas continuando... quando não desceu e eu comecei a enjoar, pensei na possibilidade e fui na ginecologista e ela confirmou a gravidez.

— Por que não me contou?

— Não queria falar isso por um telefone ou por uma câmera - dei um beijinho em seu peito — Eu disse a ela que não era possível, pois eu havia tomado a pílula do dia seguinte. Daí ela me disse que nenhum método contraceptivo é cem por cento eficaz e perguntou se eu não tomei nada junto... e me lembrei do antibiótico que eu tava tomando na época.

— Eu não sabia que isso interferia.

— Você está feliz? Não acha cedo demais?

— Eu sempre fui louco para ser pai. E a questão de vir cedo, acho mais complicado pra você do que pra mim. Eu prometo que serei um bom pai e vou dividir todas as responsabilidades com você. Só não posso gerar e amamentar, mas o resto, faço questão de compartilhar contigo.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora