CAPITULO II

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CLARA

O CARLOS se mostrou um excelente padrinho para a Nina. Ele estava subindo de cargo na empresa, o que requeria muito a atenção dele, mas ainda assim, ele fazia o possível e o impossível para acompanhar o crescimento da Nina.

Eu e o Bruno estávamos tentando ter o nosso bebê, mas já tínhamos adiado várias vezes por conta do nosso trabalho. Era muito complicado, eu fazendo minha especialização, o Bruno começando a dele, praticamente vivíamos mais fora de casa, que dentro dela e estávamos tentando nos adaptar a vida a dois novamente.

Sei que vivíamos como casal mesmo antes de casarmos, mas após o que ocorreu um pouco antes do casamento... foi difícil pra mim, superar e seguir.

Não vou dizer que havia esquecido totalmente, pois estaria mentindo, mas eu amava o Bruno, queria ter uma vida com ele, planejamos tanto isso, que não achava justo comigo, abrir mão de tudo e sei que ele me amava.

A Nina era um primor, muito inteligente, esperta, bonita e amorosa. Tinha que admitir que a convivência dela com o Carlos era excelente, aquele retardado era uma excelente pessoa e tava passando isso de alguma forma para a afilhada.

Ela era nerd igual o padrinho e com apenas seis aninhos, ela já estava em uma série bem mais adiantada que a idade dela permitia.

Era aniversário dela e estávamos ajudando a Dri a montar a festinha da Nina. A pedido dela, não seria num salão de festas, ela pediu para ser no jardim da mansão e os padrinhos estavam presentes.

— Achei que você viria só mais tarde - disse ao Carlos.

— Eu vim mais cedo porque quero ter uma conversinha com o casal mor - disse ele tomando um pouco de refrigerante.

— Pelo jeito a coisa é séria.

— E é.

Ele levantou e foi até a Nina que brincava com a Jéssica.

CARLOS

QUANDO A Dri terminou de montar tudo, já eram 17 horas e resolvemos descansar para começar a festa às 20 horas. Ela não quis contratar buffet ou alguém para decoração como queria o Eduardo, dizia que era sua filha e ela mesma queria montar tudo, mas no fim, todos se engajaram em ajudar.

Nesse intervalo, eu me aproximei do casal mor... Dri e o Eduardo.

— Será que posso dar uma palavrinha com o casal em particular? - os dois me olharam desconfiados.

— Vem - Eduardo levantou, pegou na mão da Adriana e seguiram para a casa. Adentramos no escritório dele e nos sentamos — Quer tomar algo?

— Não, obrigado.

— Nossa Carlinhos...

— Carlos, Adriana. Já te pedi milhares de vezes para não me chamar de Carlinhos. Odeio ser chamado assim.

— Certo, Carlos. Você está tão sério... aconteceu alguma coisa?

— Sim, aconteceu e eu quero conversar com ambos e olhar nos olhos de vocês quando vocês me responderem essa questão.

— Que questão? - pergunta Eduardo voltando com um copo de uísque na mão e se sentando.

— Okay. É o seguinte... eu fiquei sabendo que desde o ano passado, a Nina está passando um fim de semana por mês com a Jéssica, é verdade ou não?

— Sim. É verdade...

— E por quê?

— Como por quê? Ela é madrinha da Nina e pediu um fim de semana pra poder conviver com ela mais um pouco, já que ela trabalha muito... - o Eduardo justificou.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora