CAPITULO IX

657 63 44
                                    


EDUARDO

NAQUELE DIA, depois de minha conversa com o Carlos, voltamos para o quarto da minha menina e ficamos com ela por um bom tempo. Começou a escurecer e o medo voltou, ficamos todos apreensivos da febre voltar. A Dri e a Clara, depois de muito, conseguiram convencer o padrinho da Nina a ir para casa tomar um banho e comer algo.

Quando ele voltou, tinha feito a barba e estava de cabelo preso, a Nina estava com febre e ele ficou conversando com ela, para tentar acalmá-la. Mas com a febre muito alta, ela delirava e não reconhecia quem estava ao seu lado, daí o Carlos teve uma ideia.

— Bruno, tem como retirar o soro do braço dela?

— Carlos, mas ela... - tentou falar a Adriana.

— Claro que sim. Esse soro é só para hidratar e manter ela medicada. Mas, para quê?

— Me deixem tentar uma coisa...

Bruno retirou o soro dela e o Carlos pegou ela no colo, fez ela cruzar as pernas na cintura dele, apoiou a cabeça dela em seu ombro e começou a andar pelo quarto e cantando para ela. Quando ele se cansou, já que a Nina já tinha dez anos e não estava tão pequena assim, ele sentou na cama com ela ainda agarrada nele, deitando logo depois. Colocou a cabeça dela apoiada em seu peito e ficou fazendo o famoso cafuné nela e continuou cantando até que ela serenou...

Bruno fez novo controle da temperatura e a febre estava cedendo.

— Você não quer mudar de profissão não, Carlos? Deveria ser pediatra.

— Só consigo isso com ela.

— Não é verdade, no dia em que o Gui caiu e perdeu o dentinho, você foi o único que conseguiu acalmá-lo.

— Acho que levo jeito com crianças...

— Claro, uma criança reconhece a outra - disse Clara. Esses dois...

ADRIANA

FOI PRECISO minha filha ficar doente e muito mal, para o cabeça dura do Eduardo voltar atrás na decisão idiota de afastar o Carlinhos da Nina.

Mas graças a Deus, deu tudo certo. Com dois dias a Nina voltou pra casa e voltamos na rotina.

Eduardo e eu fomos ao apartamento do Carlos visitar e ver como ficou o quartinho que aquele doido montou para a Nina.

— Meu Deus, Carlinhos, tá lindinho demais! Ela vai adorar...

— Carlinhos é o seu passado! Que droga, Adriana, não me chama assim.

— Você realmente caprichou no quartinho para ela ficar - disse o Eduardo.

— Você vai manter sua palavra, né Eduardo? Você vai mesmo deixar ela passar dois finais de semana comigo, né?

— Um fim de semana... Vamos devagar, mocinho!

— Sério isso, Eduardo? - olhei com cara de repreensão para ele.

— Estou brincando.

— Ah, fala sério! Já estava aqui arquitetando um plano para sequestrar minha princesa!

— Para de brincadeira! - eu disse dando um tapa nele.

— Eu tinha pensado num quartinho mais infantil, mas a própria Nina me ajudou a escolher. Disse que não é mais uma criança, já é uma mocinha e não vai dormir num quarto de bebê - Carlos falou tão debochado que rimos bastante.

— Ficou realmente lindo. Ela já viu tudo? Porque quando estivemos aqui para decidir onde ficavam algumas coisinhas, não estava tudo montadinho no lugar.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora