CAPÍTULO LVI

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CARLOS

NINA ME deu um selinho, é uma forma de carinho, não é? Por que eu iria reclamar? Dormimos na barraca, agarrados, choveu por uma hora e depois a chuva passou. No outro dia cedo, acordei com ela me fazendo carinho.

— É tão bom abrir os olhos e a primeira coisa a se ver são os seus olhinhos pidões.

— Eu amo ver você acordar, sempre amei.

Ela chegou mais perto, beijou meus olhos e me sorriu.

— Que olhos lindos você tem!

— Bom dia, princesa! Dormiu bem?

— Jamais dormiria mal estando com você.

— Oh, minha peruquinha...

Puxei ela para mim e enchi ela de beijos.

Pouco depois, tomamos um café arranjado e fomos para a cachoeira dar uns mergulhos. Brincamos dentro d'água como sempre foi. Era como voltar a ser criança, não nos importamos com nada, nem com o que estávamos usando, só nos curtimos. Eu tinha ela só para mim e me restavam dois dias. Eu tenho que aproveitar ao máximo ela comigo.

Voltamos para minha casa e fomos tomar um banho decente. Quando terminamos, ela me perguntou se eu tinha uma manta, eu disse que sim e ela me pediu para pegar. Minha mãe perguntou se íamos comer algo, eu disse que iríamos mais tarde para o restaurante à beira mar na cidade vizinha, para jantarmos.

Quando voltei a presença dela com a manta em mãos, ela me pediu para irmos para a casinha da árvore. Aquela casa era importante para mim, me lembrava do meu pai, então incrementei algumas coisas, como colocar luzes e acolchoar uma parte, a parte em que o teto se abre.

Forrei a manta sobre a parte acolchoada e nos deitamos.

— Algum motivo pra você querer vir pra cá?

— Dormir.

— Tá com sono?

— Só quero estar cem por cento pra dançar com você essa noite.

— Bem lembrado, preciso fazer uma reserva - apanhei o meu celular e fiz a reserva.

— Tô aqui pensando...

— O que? - ela pegou minha mão e enlaçou nossos dedos.

— Você me reconheceu, quando?

— Senti oseu cheiro quando você sentou, mas pensei que era coisa da minha cabeça. Eu ouvia e sentia você em toda parte... Eu sabia que já tinha tido essas mãos nas minhas - acarinhei a mão dela que estava enlaçada com a minha — Vi os seus traços, vi que não usava brinco grande e só fui juntando tudo na minha cabeça. E quando vi o seu sinalzinho na nuca...

— Sinal na nuca?

— Amor, você tem um sinalzinho bem pequeno onde começam a crescer os seus cabelos, ele fica no limite entre a sua nuca e os seus cabelos.

— Eu nunca percebi.

— Eu lhe faço cafuné há anos... sei muito de seus traços. E quando senti realmente o seu cheirinho... tive certeza.

— Quero dormir agarradinha com você outra noite. Posso?

— Quantas você quiser. Eu que ganho com isso.

E dormimos a tarde toda, na minha casinha da árvore, sem ninguém para nos interromper ou tirar ela de mim.

Quando acordamos, fomos para dentro da casa e o Gabriel estava lá. Nina foi até ele e lhe deu um tapa na cara.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora