CAPITULO IV

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CARLOS

PASSARAM-SE DOIS meses desde que havíamos começado aquele esquema. E num fim de semana no mês de agosto, estava frio e passei em casa antes para pegar um casaco pra poder ir pra mansão ter o meu fim de semana com minha pequena. Cheguei à mansão já eram quase dez da noite. Nina veio correndo pra mim, nem esperou eu descer da moto. Ela estava chorando e lançou os braços pra mim, me pedindo colo.

Desci da moto, tirei o capacete e peguei ela no colo.

— Que foi princesa? Por que tá chorando?

— Você veio pra ficar, né?

— Sim. Vim passar nosso fim de semana juntos - ela colocou a cabeça no meu ombro, e os bracinhos em torno do meu pescoço. Caminhei com ela no colo até a casa e entrei.

— Viu, Nina, seu tio Ca, tá aqui.

— O que aconteceu? Por que ela tava chorando? - perguntei ao Eduardo.

— Ela viu dar oito horas e você não chegou, achou que você não viria. Por mais que a gente dissesse que você estava só atrasado, ela não acreditava.

— Já comeu?- perguntou Adriana.

— Comi algo. Eu passei em casa para pegar um casaco. O tempo virou e eu não tinha colocado nenhum na mochila.

— Tio Ca, conta uma historinha para eu dormir?

Levei ela para o quarto dela e coloquei ela na cama. Sentei ao lado e comecei a contar a historinha da Branca de Neve. Nina segurou minha mão até dormir, cobri ela, apaguei a luz do quarto deixando só o abajur aceso, encostei a porta e desci.

Clara e Bruno estavam na sala quando cheguei e, quando desci, o Bruno veio falar comigo.

— Espero que você seja assim também com o seu sobrinho.

— Quando vocês me derem um, eu também vou amar ele ou ela.

— Assim que ele nascer, espero que você cuide bem dele.

— Espera... Como assim, assim que nascer?

— Estamos grávidos - disse Clara.

— Sério? Parabéns, pervertida! - dei um abraço na minha irmã, que me deu um belo tapa — Você também, cunhado.

— Obrigado.

— Tenho que parabenizar os avós também, né Adriana? Você agora é vovó.

— Ai, Carlos fala sério!

— Uai, tu é casada com o Eduardo, ele é pai do Bruno, você passou do status de amiga para vovó! Eu não sei porquê o Bruno nunca te chamou de mãe ou madrasta - Adriana me jogou uma almofada.

— Quando é que você vai crescer, babaca? - perguntou Clara.

— É justamente por ele ser crianção que a Nina gosta dele - disse Bruno.

— Ela gosta de mim, porque sou um cara legal. E vou ser um ótimo tio para esse moleque. Vou levar ele pra putaria e ensinar umas paradas pra ele.

— Seu doido!

— Só tenho pena por ele vir como filho dessa retardada!

— Vai se ferrar, Carlos!

Ficamos conversando até tarde, o papo rolou descontraído. Clarinha estava de 4 meses já e, naquele dia havia feito a ultra e descobriu o sexo do bebê. Quase uma da manhã, subo para o quarto e me deito.

— TIO CA! - Nina deu um pulo em minha cama, me acordando no susto. Ela me agarrou e apertou seus bracinhos em torno do meu pescoço e chorava muito.

— Princesa!? Que aconteceu? - acendi a luz para ver se ela não estava machucada.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora