CAPÍTULO XXI

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ADRIANA

FOMOS A Clara e eu, ajudar minha filha e retocar a maquiagem. Na verdade, ela nem estava tão maquiada assim.

― Nina, por que esse piti? - perguntei, limpando seus olhos manchados.

― Não foi piti, eu fiquei com raiva!

― Raiva do quê?

― Tio Ca com a Larissa.

― Mas por quê? Ela convidou ele pra dançar uma música com ela.

― Mãe, Larissa é minha amiga, mas a senhora sabia que ela não é mais virgem? Já deu para os irmãos da Carol, da Mariana, da Paula... e ela vive me enchendo pra eu apresentar ela ao tio Ca.

― Mas ela já não conhece o seu tio?

― Apresentar de outro jeito, né mãe!? Tipo, bancar o cupido. Eu sabia que hoje ela ia dar em cima dele. Fiquei com raiva de ver ele dançando com ela. Se o tio Ca ficar com a Larissa, eu nunca mais falo com ele.

― Nina esse seu ciúmes com o Carlos já tá demais!

― Não é ciúmes!

― É o que então? Você não aguenta ver o Carlos com mulher nenhuma perto, que você fica assim. Começa a chorar, fica de mau humor... tem que acostumar com a ideia de que ele é homem e solteiro. Uma hora ele vai arranjar uma namorada e vai casar, ter filhos e uma família.

― Se ele se casar eu vou morar com ele. Assim, ele nunca vai me abandonar.

― Que ideia é essa menina?

Clara começou a rir.

― Mãe, eu nasci para morar com o tio Ca. Só não moro com ele, pois você e o papai não deixam. Mas quando eu ficar maior, eu vou morar com ele!

Nesse momento Clara já gargalhava e eu comecei a rir das bobagens da Nina. Ela poderia ter quinze anos, um corpo de mulher, mas ainda pensava como uma garotinha. Ela sempre disse que ia morar com o Carlos.

― E se ele casar? Acha que a mulher dele vai aceitar você na casa dela, com ele?

― Claro! Ou então, eu não deixo ele casar! Tio Ca não pode me deixar nunca! Eu amo ele e é amor pra sempre!

― Nina, você tá apaixonada pelo Carlos? - aquilo só me fazia pensar que ela realmente estava se apaixonando por ele ou já estava apaixonada.

― Ai mãe, de novo? Já disse que não! Eu gosto dele... só isso. Não é como a senhora pensa.

Olhei pra Clara, que me olhou de volta.

― Prontinha! - Clara disse e ela saiu do banheiro de volta para a festa.

Quando a Clara estava pra sair, a segurei pelo braço.

― Clara, você ouviu tudo, acha que estou louca? Eu tenho cada dia mais certeza que a Nina está apaixonada pelo Carlos.

― Olha, você já comentou isso. No início, achei absurdo, mas agora... não sei!

― Minha mãe se apaixonou por meu pai, trinta anos mais velho que ela. Eu pelo Eduardo... não parece absurdo que minha filha se apaixone por um homem mais velho, ainda mais sendo o Carlos.

― Como assim, ainda mais sendo o Carlos?

― Eu sei como seu irmão é. Ele é muito bonito, amoroso, gentil... Sabe tratar uma mulher.

― Acha que ele corresponde?

― Acho que não. É dele, ser assim, doce. E qualquer mulher se apaixonaria por ele, ainda mais se ele a tratasse, como trata minha filha. Ele é maravilhoso com ela. Até entendo dela estar assim, pois tenho certeza, quase absoluta, que ela tá gostando dele. E ele só cultiva a paixão dela, mesmo sem querer. Não é do feitio do Carlos, ser grosso. Ele mima ela, beija, faz carinho, coloca ela no colo, prioriza ela em tudo. Eu já fui acarinhada por seu irmão, já recebemos cafuné dele... Ele é incrível. Que o Eduardo não me ouça!

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora