CAPÍTULO XXII

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NINA

EU SEMPRE amei estar com o Tio Ca. Ele sempre foi tudo pra mim. Eu amo o meu pai, o meu irmão mais velho, meu sobrinho e até o Sam, mas o Tio Ca era referência para mim em tudo. Quando ele me dizia para não fazer algo ou para fazer, eu ouvia ou ao menos tentava ouvir. Ele sempre foi muito carinhoso e me mimava com tudo. Então, eu sempre que podia, fazia algo ou aprendia algo para agradar e retribuir o carinho dele por mim.

― Tá pronto? - perguntei quando entrei no quarto dele e ele estava passando um pouco de perfume. Tio Ca sempre tomava banhos longos, a Clara dizia que ele parecia uma noiva. Ele sempre se perfumava antes de dormir, dizia que dormir cheiroso era muito bom, sentia-se limpinho. Aqui em casa sempre tinha um pijama dele, com alguma troca de roupa, perfume e sapatos.

― Vai mesmo me fazer massagem, princesa?

― Claro! A não ser que você tenha mudado de ideia.

― Não sei... seu pai não vai gostar.

― Tio Ca, mamãe se trancou no quarto com o papai. Sabe o que isso significa, né?

― Não - disse ele com ar de riso.

― Sexo, tio Ca!

― Ai Nina, você tem cada ideia. Sua mãe deve ter fechado a porta, pois estou aqui. Assim ela e o marido têm privacidade.

― Tio Ca, você se finge de besta, né? - ele gargalhou ― Agora deita logo, tá ficando tarde.

― Tá bom, mas nada de passar óleo ou essas coisas melosas em mim.

― Sério? Eu ia passar mel - ele me olhou assustado e eu comecei a rir.

― Ah, pilantrinha... - ele riu também ― Tá, o que eu faço?

― Deita de barriga pra baixo.

― Certo.

Ele deitou e eu resolvi brincar com ele. Sabia que ele ficava todo sem jeito quando eu falava algo de sexo ou íntimo, ele ficava todo vermelho, às vezes gaguejava, outras vezes desconversava.

― Agora, tio Ca, tira toda a roupa.

― Como é? - ele olhou pra mim e arregalou aqueles lindos olhos azuis.

― Tira tudo.

― Nina, você tá doida? Acaso seu pai fica nú pra você massagear ele?

― Fica, ele coloca uma toalha no bumbum para que eu não veja nada.

― Esquece, tu não vai me fazer tirar a roupa, mocinha! - ele disse se sentando na cama.

― É brincadeira, tio Ca. Você leva tudo a sério - comecei a rir.

― Ah moleca... vou te dar umas palmadas!

― Você nunca me bateu.

― Vou começar agora! - ele começou a rir e vi que era brincadeira dele.

― Tá, agora deita de barriga pra baixo.

Ele fez e eu ajoelhei na cama para massagear o tio Ca pela primeira vez. Comecei a massagem e conversando com ele.

― Uhum.

― Tio Ca, você ouviu? - ele só resmungava algo que não dava para ouvir. Olhei de perto e ele havia dormido. Dei um beijinho em sua bochecha e ele riu.

― Boa noite, tio Ca! Sonhe com os anjos.

Ele nem me respondeu. Fui para o meu quarto dormir. Quando ele dormia perto de mim ou quando eu estava no apartamento dele, eu sempre acordava cedo e ia ver ele acordar... adorava isso, já era como um ritual.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora