NINA
NOSSA, O amigo do tio Ca era muito engraçado. Gabriel conseguiu tirar o tio Ca do sério com apenas duas frases. Eu ri bastante dele falando besteira para o tio Ca.
Ele levou o amigo até o portão de casa e eu fiquei ajudando a retirar as coisas da mesa com a dona Carmem.
— Nina, o Gabriel e o Carlinhos são amigos de infância, assim como sua mãe e a Clarinha. Foi uma surpresa pra todo mundo quando ele resolveu namorar o Tadeu. Ninguém imaginava, já que o víamos sempre com namoradas.
— Ele é muito simpático!
— Sim, e muito gente fina. O Carlinhos tem poucos amigos, mas são amigos que ele pode contar para qualquer coisa.
— Engraçado que o tio Ca nunca falou dele pra mim.
— O Carlos é muito reservado quando se trata de amigos ou amores.
— Amores? Então... tio Ca já amou muitas mulheres?
— Espera, deixa eu corrigir. Amor... que eu tenha visto, foi só por sua mãe. Ele ficava todo bobo perto dela. Tanto quanto fica com você, mesmo que vocês não tenham uma relação amorosa. Quero dizer, que pelo que vi, Carlinhos nunca foi muito de paixão. Não sei se quando era jovem, ele demonstrava mais... O fato é que, só vimos ele apaixonado por sua mãe.
— Eles nunca namoraram?
— Não. Ele quis muito e gostava muito dela, mas nunca namoraram.
— Então, o tio Ca nunca foi na casa de alguma garota pedir a mão em namoro?
— Não. Como também nunca trouxe nenhuma garota aqui. Pra ser sincera, você é a primeira garota que entra nessa casa trazida por ele.
— Falando mal de mim, mãe?
— Nada. Estávamos falando do Gabriel.
— Aquele pervertido! Que cara de pau! - começamos a rir — Nina, vem comigo, quero te mostrar uma coisa.
— Deixa eu terminar aqui e já vou.
— Não, vá com ele! - disse dona Carmem.
Tio Ca me ofereceu a mão, segurei e me levou porta afora, para o quintal.
— Você não queria ver minha casa na árvore? Ali está!
— Podemos subir?
— Sim, eu já testei se não tem madeira podre.
Subimos a escada e entramos na casinha da árvore, que não era tão pequena como parecia por fora.
— Fique aqui, vou buscar uma coisa e já volto.
Fiquei olhando em torno, não dava para ver muita coisa, mas haviam desenhos feitos nas paredes, um coração entalhado na madeira escrito A+C e riscado por cima. Alguns papeizinhos colados em partes do teto, provavelmente provérbios, mas não dava pra ler, estava escuro.
— Voltei, me ajuda aqui?
Ele estava com o lampião de led, uma manta e uma sacola.
— Frutas e água! - me disse quando fiquei olhando para a sacola com cara de interrogação. Colocou o lampião num gancho no teto, forrou a manta no outro canto e colocou a sacola perto — Esse é o melhor lugar dessa casa.
— Por que?
— Vem, deita aqui - me deitei ao seu lado e ele puxou uma cordinha, revelando assim que parte do teto, naquele espaço, se abria, mostrando o céu.
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Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2
RomanceTe apresento o Carlos! Um lindo jovem de vinte e dois anos. O qual foi apaixonado pela Adriana, a melhor amiga de sua irmã, desde os dez anos. Mesmo afastados por anos, ele continuou cultivando sua paixão pela Adriana. E na primeira oportunidade qu...