CAPÍTULO XXXVI

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Amores, como eu disse mais cedo, esse capitulo é tenso e uma grande revelação da vida do nosso amado e doce Carlos.

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NINA

ACORDEI DEITADA de conchinha com o tio Ca. Abri os meus olhos e virei pra ficar de frente para ele. Ele já estava acordado e me olhou nos olhos, senti minha alma invadida por aqueles olhos azuis.

― Bom dia, princesa! Dormiu bem?

― Bom dia, tio Ca. Dormi, mas só depois que deitei aqui com você. Você disse que não ia me deixar sozinha...

― Você tava dormindo bonitinho, não quis te acordar...

Ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás e ficou enrolando os dedos nela.

― Tô com dor de cabeça. Acaso você tem alguma coisa pra ressaca?

― Para dor de cabeça, sim, para ressaca, não. Você precisa tomar café.

Comecei a lembrar do flagra que dei no Gustavo... do nosso namoro, de tudo que ele me disse. Tentei buscar algo que mostrasse pra mim que ele gostava de homens. E tudo que lembrei, da gentileza, do jeito dele me tratar, o jeito que ele me tocava, só me fez começar a chorar.

― Ei - tio Ca começou a secar minhas lágrimas ―, não fique assim.

― Não sei o que seria da minha vida sem você.

― Provável que você teria outro padrinho...

― Você nunca foi com a cara do Lucas e estava certo... Agora, tinha razão também sobre o Gustavo... Eu devo ter algum problema. Você viu algo no Gustavo que fazia você não gostar dele? Algo que você não me disse?

― Te falei que algo nele não se encaixava... e você não tem problema nenhum, só não sabe escolher namorado. Acho que no fundo ele me lembrava o Gabriel de alguma maneira.

― Mas o Gabriel é assumido e você disse que ele é bi...

Ele levantou, pegou o lençol e me estendeu a outra mão.

― Vem...

Peguei em sua mão e fomos de volta para a cama dele. Eu deitei, ele foi até seu banheiro, voltou com um comprimido e me entregou. Foi ao lado da cama, no criado mudo que ele chama de micro mesa, pegou uma garrafinha com água e me deu. Em seguida, devolvi a garrafa a ele que colocou no lugar de origem e deitou-se na cama me puxando para o seu peito.

― Nina... preciso te contar uma coisa e o que eu vou te contar - ele respirou profundamente ―, eu nunca contei a ninguém. Além de mim, só duas pessoas sabem e as duas estão envolvidas.

― Prometo que não digo a ninguém caso você tenha matado alguém - tentei ser engraçada, já que vi sua expressão tão séria. Mas não funcionou, ele parecia outra pessoa.

― Eu odeio esse assunto. Mas acho que depois que te contar, você vai perceber o quanto nós dois nos parecemos - só encostei mais minha cabeça em seu peito e o olhei, incentivando ele a continuar ― Você se lembra que há um tempo atrás eu te perguntei se você fantasiava a sua primeira vez?

― Sim.

― Quando eu tinha... dezessete anos... eu era completamente apaixonado por sua mãe - ele deu um suspiro vazio ― E quando eu me apaixono, eu fico bobo, burro, sonhador, meloso... e eu fantasiava minha primeira vez com ela. Eu queria que fosse com ela, pois pra mim, ela era a mulher certa - senti sua mão sobre a minha começar a suar e seu coração acelerar. Seja lá o que ele iria dizer, era algo que mexia muito com ele.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora